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A Violência Simbólica na Cidade
(Francisco Antônio de Andrade Filho)

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O paraibano ex-padre, teólogo e professor titular aposentado da Universidade Federal de Alagoas Francisco Antônio de Andrade Filho é mestre em Filosofia contemporânea pela UFMG e doutor em Lógica e Filosofia Política pela UNICAMP/SP. Dedicou-se principalmente a estudar, ensinar e escrever sobre ética e política. É desse locus enunciativo que proferiu a palestra “A violência simbólica na cidade” (Fórum de Debate A Mídia e a Violência Urbana, realizado na Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO, Recife/PE, dia 24 de outubro de 2000), cujo contexto é a virada do milênio e o clima de expectativas, perplexidades e crises de concepções e paradigmas, com foco na globalização de cunho tecnológico e o lugar do ser humano nesse turbilhão de informações e símbolos.  Andrade Filho preconiza a tematização de novos saberes e seus obstáculos, a partir de um questionamento de Pierre Levy, em As tecnologias da inteligência – o futuro do pensamento na era da informática (São Paulo: editora 34, 1993): “Que teorias e práticas se fixaram no ethos das novas tecnologias da inteligência e criaram raízes éticas, muitas das vezes, excluindo o homem dos benefícios da globalização?”. De fato, essas novas tecnologias de comunicação, em especial a internet, trazem consigo “uma dimensão de tudo”, causando profundas transformações no modo de organização da sociedade e de produção de conhecimento, com a consequente massificação da superficialidade cultural, da violência, da ética precária e da imposição pela mídia do que se traduz em uma renovada perversidade, a saber: a da falta de respeito à vida e aos direitos humanos fundamentais. Pela perspectiva dos atos tecnocientíficos, a ciência no contexto globalizado leva à perda da busca de sentido para a vida, o destino humano e a sociedade, com supervalorização dos interesses econômicos. É nesse ponto que Andrade filho aponta um espaço da violência simbólica. E é aí também que afirma ser possível pensar outras formas de responder a questões existenciais e filosóficas profundas sobre o ser humano, pelo viés da "vida com sentido", em que se vê o “conhecimento-sentir-simbolizar” como uma atitude crítica da globalização em sua proposta de progresso das tecnociências. Reconhece também que o existir da humanidade é mutável, assim como os princípios éticos, ou seja, as verdades éticas absolutas não se coadunam com a dinâmica temporal da existência. Especificamente sobre o tema-título de sua fala, Andrade Filho afirma que a violência simbólica na cidade se dá de duas maneiras: em primeiro lugar, a violência simbólica que é exercida na arena político-ideológica da ciência e da tecnologia, através do poder de comunicação e informação, em um contexto no qual não se sabe, ainda, harmonizar a tecnoglobalização com os valores humanos fundamentais. A mídia tem um papel poderoso nesse aspecto de criação da obsessão patológica consumista e de novas necessidades mercadológicas; em segundo lugar, a violência simbólica na cidade é dominada pelo que o autor chama de telemissionismo, em que várias religiões satisfazem os fetichismos de Mercado, através da mídia, com a criação de novas necessidades espirituais e materiais. Trata-se de uma perspectiva tecnotelemissionada, que leva à limitação da autonomia da palavra falada e escrita e da capacidade de autogoverno das pessoas.  Em suma, homens-máquina e mulheres-máquina, manipulados e cativados por mistérios e poder, terminam trapaceados por dois tipos de violência simbólica na cidade: a violência do telemissionismo e a violência simbólica do poder político. O que se pode esperar é que, no bojo desse mesmo emaranhado tecnológico, um ser humano de saberes e conhecimentos renovados possa emergir. Essas são considerações feitas por esse lúcido professor que se encontra em atividade através da internet, especialmente em seu blog “O recado da pesquisa – reflexões filosóficas em diversas áreas” (disponível em: http://www.orecado.org). Ou seja, o autor serve de exemplo de como a tecnologia pode ser utilizada para se divulgar saberes alternativos e críticos dessa ordem tecnológico-midiática perversa.



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