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A Modernidade Superada Arquitectura, Arte e Pensamento do Século XX
(Josep Maria Montaner)

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Primeira Parte - Recensão Crítica

Neste livro, Josep Maria Montaner, ademais, evidencia a intenção de aproximação às experiências da arquitectura latino-americana. De facto, as análises dos vários ensaios centram-se sobre os países do sul da Europa (Itália, Espanha e Portugal) e os da América Latina já que foi precisamente nos contextos periféricos, onde se pôde superar de maneira mais profunda, as insuficiências da modernidade universalista na que se baseava o núcleo do movimento moderno. Uma modernidade, sempre contraditória e depredadora, que só pode renovar a sua validade, abandonando os dogmas e os esquemas etnocêntricos e aceitando a diversidade e a qualidade das experiências fragmentárias e locais.
O romper clássico e neoclássico do conceito amplo da mimese vitoriou a evidência do auto vocativo do artista, manifesto do absoluto do princípio da caracterização, evidenciada em plenos ramos artísticos, como em trabalhos de Pablo Picasso, Wassilli Kandinsky, Kasimir Malevich e Piet Mondrian. Nas articulações literárias de James Joyce, na composição musical de Arnold Schönberg e na indiscutível filosofia de Ludwig Wittgenstein.
Na exaltação do método – nessa insistente desmaterialização –, tanto na arte como na arquitectura (no primeiro ensaio), o autor convenciona as elucidações da escola de Bauhaus: “o elenco implica a desagregação e a rejeição crítica das regras clássicas, ou seja, das “ordens”, dos a priori, das frases feitas, das convenções de qualquer origem e género. Nasce um acto eversivo de anulação cultural que leva à recusa de todo o conjunto das normas e dos cânones tradicionais; e a recomeçar do princípio, como se nunca tivesse existido nenhum sistema linguístico e ter de construir-se, pela primeira vez na história, uma casa ou uma cidade.” – sentencia Bruno Zevi.
As atenuantes são, na verdade, escassas. Porque os mestres do modernismo: Louis Kahn, Jørn Utzon, Denys Lasdun, Aldo Van Eyck, José António Coderch, Luis Barragán, Fernando Távora, Carlos Raúl Villanueva, Lina Bo Bardi, acreditavam-se numa sincera metodologia arquitectónica contra a affuent society cheia de inseguranças e prenha de cobardia. Tinham o dever de formular uma gramática e uma sintaxe para a arquitectura moderna renascente, substituindo os preceitos académicos por doutrinas novas e mais actuais.
Nasce assim uma arquitectura fiel à história, à realidade e apoiada na experiência da Europa Mediterrânea de encontro ao contínuo evolutivo sintonizado com as pedagogias italianas, no Brasil, com Lina Bo Bardi, cuja obra supera as divisões que haviam separado quase a estética do século XX; em vanguardas de actividades artísticas amplamente abocanhadas no território
latino-americano: indo da distracção/abstracção a uma incorporação inovadora de uma nova mimese. Refere Joseph Maria Montaner que há uma incessante superação da modernidade em Lina Bo Bardi, cujo conceito de arte como simples ráptus lírico, livre de qualquer processo racional e verificável, foi subvertido pelos últimos resíduos miméticos. Cada ramo da especulação moderna, do historicismo à fenomenologia, o momento artístico foi libertado dos entraves da velha edificação metafísica e recuperado para o campo do conhecimento moderno. Antropomorficamente reformulado para vincular o superado do vasto coeso comunicável, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Nas sombras do bagage italiano, em terreno brasileiro, pôde constituir formalismos idiossincrásicos únicos que destituíram claramente o bruto incivil e vago de João Vilanova Artigas e perpetuada, nos anos cinquenta, às semelhanças inequívocas por Lúcio Costa.
No segundo ensaio (este fruto de três conferências realizadas em ocasiões distintas), Josep Maria Montaner afunda pertinentemente a problemática da modernidade no Espaço e Antiespaço, Lugar e Não-lugar na arquitectura moderna: embora haja uma evolução geral da cultura do tribal para o urbano, do mítico para o racional e, portanto, também do lugar para o espaço, existe sempre uma mitologia sobrepondo-se a outra, sem a aniquilar, como um sistema urbano se sobrepõe a outro, sem o destruir. Por isso, qualquer arquitectura ou cultura é vista como um palimpsesto de muitas subculturas separadas, cada qual com a própria caracterização e conceito na superação da modernidade social aplicada. O conceito de lugar em termos históricos bem fundamentados, para Josep Maria Montaner, metamorfoseia-se em divergentes edificações. Enquanto que, com o carácter da divindade grega, Denys Lasdun, Vicent Scully ou Christian Norberg-Schultz valorizaram de novo o semblante do templo grego, para Le Corbusier; primeiro, a arquitectura moderna, prevê-se como um construir autónomo e desencaixado do circundante, como acessório vanguardista em desenvolvimento por uníssono, representada pelo racionalismo e por uma nova objectividade. Exemplo dado, temos a Capela de Ronchamp, cuja cresce sem nenhuma relação com o contexto: o espaço modernista formulado nas suas variantes (antiperspectiva, nenhum alinhamento ou paralelismo de volumes; na emancipação do condicionamento perspectivo); “uma abstracção insensata; parece paradoxal, mas é, quase por completo, anti-clássico.” – conclui Bruno Zevi. Segundo, depois da sua viagem à América Latina, considera a valência natural e as suas características como lugar. Aqui revela-se um ponto necessário pois é importante a referência atenta ao ecológico de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, uma vez que, na era moderna, este arquitecto e urbanista, favoreceu, segundo Kenneth Frampton, o diálogo entre o sólido e o vazio, a luz e a sombra, passando pela arquitectura vernacular: o quarto ponto; dos cinco formulados por si, da sua nova linguagem arquitectónica (Terraço Jardim: recuperando o solo ocupado pelo prédio, e transferindo-o para cima deste na forma de um jardim), cuja morfologia final foi publicada em 1926 na revista francesa L'Esprit Nouveau.



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