Resumo de Freud: mentiroso, fracassado e fascista?

As qualiificações em epígrafe, atribuídas ao imortal psicanalista Freud, foram feitas pelo francês Michel Onfray, autor do livro "Le Crépuscule d´une idole, l´affabulation freudienne" (O crepúsculo de um ídolo, a fabulação freudiana) que versa sobre a vida e obra do pai da psicanálise.
O francês Onfray é um filósofo já bastante conhecido pela sua postura antireligiosa. Contesta veementemente Freud e a própria psicanálise. Entre suas afirmativas o mesmo destaca que Freud fracassou na cura de pacientes atendidos por ele e que teria alterado seus históricos clínicos para dar a impressão de que o tratamento havia funcionado. Diz ainda que Freud "era um burguês ávido de celebridade, perseguia dinheiro e glória; mantinha uma relação adúltera com a cunhada que vivia em sua casa; era um falocrata, misóginoe homofóbico". Como se não bastasse, ainda o acusa de ter flertado com o fascismo, tendo escrito em 1933 uma dedicatória elogiosa para Benito Mussolini ("Com as respeitosas saudações de um veterano que reconhece na pessoa do dirigente um herói da cultura").
São exacerbadas acusações, mas quando Onfray faz comparações da psicanálise freudiana com a religião e a homeopatia, as mesmas merecem uma reflexão, pois as teorias psicanalíticas não são teorias científicas. Do ponto de vista científico, Freud atirava para muitos lados e, vez ou outra, acertava em alguma coisa. Suas conjecturas não se apoiam em experimentos concretos., configurando o que hoje se denomina pseudociência. Isto porém, não quer dizer que não funcione. Conforme comenta o próprio Onfray, tal qual a homeopatia, o efeito placebo aparentemente também é fundamental no tratamento psicanalítico. Como não há qualquer ciência por trás dos textos de Freud, a comparação de Onfray entre psicanálise e religião parece ser acertada, já que ambos os sistemas funcionam na base da fé e não em evidências testáveis. E mais, atualmente, a neurociência e os psicólogos que se baseiam em conceitos científicos, não acreditam na versão de Freud, o qual acreditava que as pessoas sonhavam para aliviar frustrações sexuais criadas por desejos reprimidos, e, como a repressão social é muito poderosa, em vez da pessoa sonhar sobre relação sexual, a mente disfarça esses sonhos por meio de símbolos. Embora não se saiba ao certo por que sonhamos as evidências são direcionadas para outras teorias.

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