Resumo de Psicologia da meditação I

                                            Psicologia da Meditação I

            Fazer o encontro entre as tradições do Oriente com as do Ocidente,tradições filosóficas e religio
sas diversas,como tambem,de escolas de psicologia.Essa é a proposta do Dr. Claúdio Naranjo,médico psiquiatra chileno,ex-diretor do departamento de medicina antropológica da Faculdade de Medicina na Universidade do Chile.Com passagens por Harvard,Illinois,e Berkeley;estudioso da filosofia oriental,de yoga e meditação;o Dr Naranjo é hoje um brilhante conferencista nas áreas da Gestalt terapia e Psicolo
gia Transpessoal,alem de membro do clube de Roma e do Institute for Cultural Research de Londres.
É,portanto,uma pessoa mais do que preparada para abordar os assuntos pertinentes ao conteúdo desse livro.
          O Dr. Claudio Naranjo inicia o livro dando uma explicação sôbre o têrmo meditação.Na verdade,
a meditação possui várias vertentes e interpretações.É explicado no livro como alguns autores distinguem concentração de meditação,considerando a primeira como preparação para a segunda.É o caso do pen
sador cristão Ricardo de San Vítor que traça a seguinte diferença entre a meditação da concentração.A
primeira necessita percorrer um caminho difícil e com grande esfôrço mental,enquanto que a segunda vai
aonde a mente levar.
         A meditação,nas palavras de San Vítor,seria mais investigativa.Algumas opiniões paradoxais são
expressas no trabalho de Naranjo,como a de Kapleau,por exemplo,no seu "The Three Pillars of Zen",
onde ele insiste em que o zazen não pode e nem deve ser confundido com a meditação.Como eu disse acima,essa afirmação é um paradoxo,já que a palavra "zazen" significa em japonês "meditar sentado".A
própria palavra "zen" é uma corruptela de "cha'n",palavra chinesa que vem do sânscrito-dhyana-que por sua vêz significa meditação.
]       Meditar é esvaziar a mente ,não conceituar,olhar para dentro de si próprio.Agora,as técnicas de meditação se diversificaram e foram distribuídas em várias correntes diferentes,assumindo diversas pro
porções,vários enfoques e escolas.
       O Dr.Naranjo segue,durante todo o livro,explicando essas diferenças;desde técnicas dos antigos sacerdotes cristãos,sufis(corrente esotérica do Islamismo) e hindus,no caso, a Dhyana Yoga;até as técnicas do Budismo da Terra Pura,Tibetano e Zen.Cada técnica segue um rumo,uma didática,uma me
todologia.Algumas repetem orações,o nome de Deus ou Allah,como entre monges cristãos,sheiks sufis,praticantes da técnica dhikr de recitações;outros recitam mantras,"fórmula mágicas" repetidas,no sentido de manter a mente focada,como budistas e hindus.Há técnicas de contemplar um texto ou princípio ou,como o Puja,utilizar a visualização de símbolos,imgens arquetípicas etc.
       Em todo caso,todas elas se referem ao ato de respirar adequadamente,relaxar o corpo e voltar-se para dentro de si mesmo como forma de adquirir auto-conecimento.Algumas escolas enfatizam que a meditação é pensar em algo,outras-geralmente as orientais-ensinam que é o contrário,ou seja,não pensar
em nada,apenas acompanhar imagens e sons que passam pela mente e se dissolvem sem conceituar qualquer coisa,apenas observando e respirando vagarosamente.Aliás,concentração na respiração e a mente vazia de conceitos é a técnica utilizada pelo Zen Budismo.Na sua variante,a subescola Rinzai,o Koan é utilizado.O Koan é uma fórmula que "engana a mente",através de frases enigmáticas e sem senti
do,e que não sendo compreendida pela mente objetiva,o intelecto por assim dizer,repousa na mente intuitiva de onde despertará como um verdadeiro "insight" a qualquer momento.
       Este estado final da meditação,resultado da prática diligente,recebe vários nomes de acôrdo com a tradição que a tem como objetivo.Pode ser chamado de "samadhi","kensho","satori",etc.

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