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Treinado Para Matar
(Luiz Carlos Fernandes Navarro)

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Com uma freqüência preocupante, inocentes são feridos e até mortos por soldados, policiais civis, militares e outros profissionais treinados para utilizar equipamentos bélicos e, com autorização para portar arma de fogo e, às vezes até com licença para matar.Isto se tornou comum no mundo inteiro e, principalmente no Iraque desde a invasão das tropas estrangeiras lideradas pelos EUA. Mais recentemente, o “fogo amigo” atingiu mais inocentes, desta vez soldados norte-americanos dispararam contra o carro que levava a jornalista italiana, Giuliana Sgrena, depois de ela ter sido libertada de seus seqüestradores no Iraque. As conseqüências, da ação precipitada, foram catastróficas a jornalista foi ferida por uma bala, o agente do serviço secreto italiano, Nicola Calipari, foi morto por um tiro e, culminaram com o estremecimento das relações diplomáticas entre, Itália e EUA, que fazem parte dos países que ainda mantêm soldados naquele país.As explicações para o incidente estão pipocando, cada uma defendendo o ponto de vista de ambas as partes envolvidas, o oficial de comando da patrulha envolvida afirmou que o carro se deslocava em alta velocidade e, não obedeceu ao aviso de parar dos soldados norte-americanos. Os italianos por sua vez refutam esta versão, afirmando que a velocidade do carro era 40 km por hora e, que o agente italiano havia contatado todos os líderes responsáveis pela segurança da rodovia que liga a capital Bagdá ao aeroporto. Em outro comunicado o porta-voz do Pentágono declarou que, “um soldado que está sob pressão e estressado pelas constantes ameaças de carros-bomba tem apenas um segundo para tomar uma decisão”. E assim assistimos a mais um episódio de abuso de poder e do uso da força, e o pior sem chegar a uma conclusão de quais são os responsáveis por este caos instalado.O meu objetivo, aqui e agora, não é analisar o fato em si, mas estender esta discussão para as técnicas de treinamento destes e de tantos outros profissionais que, se não são treinados para matar possuem funções importantes e essenciais em nossa sociedade, tais como os médicos, os professores, os engenheiros, advogados, políticos, executivos, pilotos de avião, motoristas das estradas, etc... Os quais também necessitam tomar decisões a todo instante, sob pressão e estresse de todos os tipos e, de diversos níveis de gravidade.A palavra e o conceito chaves para toda esta celeuma, no meu entender, é justamente “Treinamento”, termo usualmente utilizado para se referir à ação de capacitar e habilitar alguém a executar determinadas tarefas em funções pré-determinadas.Na minha formação acadêmica e na experiência adquirida no campo, aprendi que os animais são facilmente levados a executar determinadas tarefas, se bem “treinados”, desta forma re-agem a reflexos condicionados fixados em seus comportamentos, segundo as suas aptidões genéticas e fenotípicas. Citando alguns exemplos, podemos treinar vacas leiteiras a se dirigirem ao curral, espontaneamente, às 6:00 e às 16:00 horas, para serem ordenhadas; podemos treinar cavalos a fingirem de mortos; podemos treinar cães a farejarem narcóticos, armas e até sobreviventes nos mais diferentes esconderijos e locais; podemos treinar macacos a lerem e optarem por seus menus alimentares; podemos treinar as baleias orcas ditas assassinas a viverem e conviverem num pequeno tanque e, interagirem pacificamente com o homem. Além destas existem uma centena de peripécias executadas por animais, insetos e até microrganismos, quando bem treinados. Se estivermos de acordo com o exposto acima, por coerência, somos obrigados a discordar do termo, do conceito e do método “Treinar” utilizados para habilitar e capacitar pessoas. Pois estas são capazes não só de fazer, mas atingir a excelência infinitamente superior aos feitos dos animais domesticados e inteligentes, porém não conscientes de suas ações, portanto irresponsáveis por elas, as mesmas devem ser imputadas e delegadas aos seus treinadores. Esta é a grande diferença, pessoas têm consciência ou pelo menos possuem este atributo inerente à sua essência, aí reside o ponto crucial do conceito proposto, elas são cônscias do que deve ser feito, e fazer bem feito. Não apenas responder inadvertidamente a reflexos condicionados adquiridos a partir de treinamentos rígidos e exaustivos, mas por escolha, decidindo sobre a melhor atitude a ser adotada, com amplos poderes de iniciativa e responsabilidade sobre os resultados obtidos. O homem livre é dotado da autoconsciência, a qual lhe confere a aptidão de se diferenciar, individualizar e estabelecer uma identidade própria perante a homogeneidade do coletivo; é sabido que as diferenças de perfis enriquecem os grupos de trabalho multidisciplinares. O ser humano é capaz de criar e inovar, qualquer coisa, a partir da imagina-ação para o bem estar comum. E o mais importante, podemos agir pró-ativamente, independentemente das regras, normas e padrões pré-definidos por quem quer que esteja no comando.Concluindo a exposição, do meu ponto de vista, acredito que os atributos ou as competências essenciais só serão implementadas no comportamento do sujeito, seja qual for a sua atividade profissional ou pessoal, e sua função na sociedade, através de ações educativas que estimulem o seu autoconhecimento e o desenvolvimento de seu caráter possibilitando-o orientar o seu destino rumo ao tão desejado talento humano.E você, se considera um profissional bem treinado...?



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