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Eu sou igual a você
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Eu sou igual a você
Jb.campos
 
Trazemos embutidos em nosso âmago o bem e o mal, o forte e o fraco, o bom-senso e o contra-senso, o benévolo e o malévolo, a vida e a morte, etc.
 
- Sou igual a você!
 
- Mas, quem sou eu?
 
- E, quem é você?
 
São duas horas e meia da madrugada e, como de costume, sinto-me assolado pelo espírito da insônia, mostrando-me por osmose as teclas do meu micro computador, então compulsivamente levanto-me trôpego, dirigindo-me ao escritório que se situa no andar superior de minha residência.
Passo pela cozinha e tomo um café reforçado, porque "ninguém é de ferro".
Meio cambaio, pelo fato de estar deitado e levantar-me de supetão, trocando o meu estado físico horizontal para o de vertical, de estático para o movimentado, e este in­terregno (tempo) mexe com a nossa mente, como assim acontece com qualquer es­tágio abrupto de mudança física.
Neste momento tenho a idade de 56 anos, meus cabelos são brancos como o algodão, e o tempo não se esqueceu de tingi-lo, portanto, encanecido e calejado com as pele­jas da lide, tenho procurado incessantemente, e com bastante avidez de espírito o grande motivo de estar vivendo no planeta terra.
Um montão de amigos, uns mais jovens e outros mais velhos já não existem mais por aqui, pessoas queridas, e outras menos queridas, já se foram, e, posso então avaliar esta nossa vida, e por muito jovem que você seja também já pode aperceber-se deste fato natural.
Escrevi vários livros, que serviram de motivos para encômios (elogios) e escárnios (gozação), não sou nenhum escritor famoso, apenas escrevo por gosto incontido, já que gosto muito de falar, e neste momento, não tendo com quem trocar idéias, creio piamente conversar com os espíritos, e, com meu espírito extático (extasiado) devo agradecê-los por boas frases e às vezes palavras não bem colocadas, grafando-as na memória do computador, e ratificando, sem querer eximir-me de qualquer responsa­bilidade sobre estas escritas:
- Eu sou igual a você!
Não pense que você não faz o mesmo, quando conjetura com seus botões, bem, es­pero que você não disfarce, querendo dissimular que não possui botões.
Somos iguais, cheios de botões e tertúlias mil.
Ao levantar meu pesado corpo do meu leito, olhei de soslaio (rabo dos olhos) sobre o criado mudo e, deparei-me com um livro editado em 1.951, de um autor sofrido, po­rém, vencedor, como foram os grandes homens que, aqui também viveram e deixa­ram cunhados suas patentes com suas obras e crenças.
O amarfanhado e enxovalhado opúsculo, que há dias esperava por esta leitura, apro­xima-se bastante da minha idade nesta sua edição, posto que fora escrito pelo grande crente e evangelista inglês: João Bunyan, após os idos de 1.628, ano de seu nasci­mento, cujo título é: O Peregrino.
Confesso haver lido este livro na minha mais tenra idade, aos meus quinze anos apro­ximadamente e, não mais o folhei, lendo-o agora num português de versão arcaica aos dias atuais.
A nossa vida assemelha-se às pancadas de um carrilhão, em repetidas batidas, ou melhor explicitando-me, vemos filmes reais de vidas a repetirem-se a todo instante, exortando-nos a estarmos preparados para o bom, mais sem desprezarmos as proce­las (tormentas) de nossa peregrinação.
Você, por aqui aparece totalmente dependente de seus progenitores, e eles perdem um enorme tempo velando por você, e as pancadas do relógio num mesmismo cons­tante repetem-se com seus filhos e netos.
E, quando você se dá conta, o tempo voou alucinadamente e, nota que não fez muita coisa de útil, tendo sido também emaranhado pela teia da vaidosa vida, que a mim também me envolveu.
Como já rivalizei; somos muito parecidos, congruentes, não diria que somos os mes­mos, porque dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço.
Bem, já que estamos passando "aleatoriamente" por este pequeno espaço terrestre, comparando-o ao universo, então podemos ter uma pequeníssima noção de que nada somos.
Nada somos somente por força de expressão, pois, sabemos que as partículas invisí­veis são tremendamente potentes, construindo e destruindo planetas, portanto pode­mos ser muito, apenas estamos reconhecendo a nossa fragilidade física em sua efê­mera duração.
As horas passam, e o carrilhão repica o seu enjoado som nosso de cada dia.
O próprio Bunyan que, tanto apregoou o evangelho de Cristo, deve ter lido as pala­vras do rei Salomão, enfatizando: "Debaixo do sol tudo é vaidade, enjôo e cansaço da carne".
Nada mais real do que estas sábias palavras pronunciadas e escritas por aquele que ocupou o maior e sábio reinado de sua época, e paramos para pensar, eu e você, per­guntando-nos:
- Como pode um ser nimbado da glória de Deus, que alcançou benesses fantásticas de beneplácito divino, como ser o maior e mais sábio rei de seus dias, recitar frases como esta, amargurando o seu próprio cotidiano?
Este pregador, Bunyan, amargou longos dias de prisão por fazer mister seus ideais de bom cristão, como Lutero e Calvino, foi perseguido e fustigado pela idiotice humana, que intervém sempre que alguém quer inovar, aliás, não mudou muito nos nossos dias, posto que, a hipocrisia aumentou assustadoramente.
Não é necessária muita inteligência para se ver o óbvio, é somente contarmos o nú­mero de homicídios atuais e, pela estatística concluirmos o aumento da maldade hu­mana.



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