Sonho de uma vida real.
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Estou tendo um sonho maravilhoso na mais profunda lucidez, pois, não bebo nem fumo, não faço uso de barbitúricos, se não for paranóia é um belo e real sonho.
Vejo-me no pico de uma montanha verdejante, posso avistar o infinito, ouço uma música etérea, nunca ouvida por mim.
Um perfume inebriante e desconhecido impregna-me o ser.
Estado de espírito seria o nome deste nirvana?
Nada me importa neste instante, pois, sempre que quero discerni-lo, acordo.
Muitas vezes já sonhei esta realidade, sem cabotinismo, quero lhe dizer que acho seja o amor transbordante de misericórdia divina, apenas sou um recipiente deste conteúdo, você tem seus momentos de euforias e êxtase também, graças à benesse de Deus Pai. Pois, saiba é o amor, o grande dom a nós concedido.
O amor funciona assim, sem explicativas, amo a tudo e a todos, porém, quando tento entendê-lo entro em desamor profundo.
Ratifico o meu imerecimento, não fosse a generosidade do beneplácito divino.
Sei que o amor é a mais refinada flor, exalando seu doce perfume, embora, alguns prefiram o perfume ácido, não importa, não vou sair deste nirvana tentando explicá-lo.
Sinto-me profundamente confortável, minhas nevralgias dolorosas e crônicas impostas pela idade, não me incomodam mais, aqui posso tudo.
Meu espírito sai do meu corpo, voo para onde imaginar, faço tudo o que quero, embora sinta somente nobres desejos, estou liberto das amarras que somente me entristecem quando estou acordado.
Sei que vou acordar, e sei que voltarei a sonhar.
Quantos deletéricos moribundos estão neste nirvana profundo, embora, vejam muitos a chorar, ou a maldizer a sorte, não enxergando a bem-aventurança que, latente dorme nos seus âmagos, o momento lhes chegará também, são merecedores deste estágio maravilhoso, serão perdoados, como estou sendo a todo o momento, pois, entenderão que a vida é apenas uma passagem efêmera.
Respirar profundamente, e entregar-se ao cosmo é, uma experiência impar, deixar-se levar pela lufada da brisa universal, sem esperar nada, é simplesmente a libertação do espírito.
Crianças vivem este estado de prazer, não são maldosas, estão prontas para perdoar, não conhecem a vingança.
Este foi o estágio primitivo do homem no Édem, e Deus bem sabia que eles, Adão e Eva cresceriam mentalmente e acabariam por descobrir o bem e o mal, representado por um fruto proibido e, para puni-los deixou-os pervagar pela terra, permitindo que saíssem do paraíso e adentrassem a pérfida terra do bem e do mal.
Neste meu sonho, meditei profundamente sobre estes assuntos que, dão nós nas cabeças dos filósofos e religiosos de todos os matizes.
Como no sonho tudo nos é possível, ali mesmo naquele pináculo, quis diminuir-me de tanta alegria e reconhecimento da minha pequenez diante da grandeza divina e fui reduzindo-me dentro daquilo que pressupunha ser humildade até tornar-me um verme.
Como se fosse à velocidade da luz, que na realidade nem sei descrevê-la, porém dentro de um grande paradoxo, embora, tudo se fizesse numa rapidez desmesurada.
Indescritível, mas de maneira calma, pacífica e atemporal, e com muita clareza e nitidez.
Encontrei-me à um vírus, diante de uma enorme molécula e me pus a pesquisá-la, e cada vez ficava mais encantado com um novo universo, diminuindo-me ainda mais, cheguei a um núcleo atômico, cheio de sóis como se estive agora em terra firme e encarnado.
Aí comecei a sentir um pequeno e ínfimo resquício do significado de Deus.
E recordei-me dos homens, alguns dignos e bons, e outros nem tanto, e que afirmam contundentemente que Deus os protege nos seus "bondosos atos", e que estão acompanhados Dele, o Todo Poderoso.
No intróito desta obra falei que estava sujeito às duas forças naturais do bem e mal, porém, optava veementemente para a do bem, se isso me fosse possível.
Continuei na prospecção micro cósmica e, vivi momentos maravilhosos, e já nem me lembrava mais do planeta terra.
Como aqui, neste instante, em terra "firme" afora os abalos sísmicos e destruidores. Não tinha muito conhecimento do que estava ocorrendo naqueles momentos que se transformaram em dias, meses e anos, e na realidade encontrei-me com uma bela donzela, sendo eu também, donzelo.
Era uma espécie de planeta, semelhantemente à terra, bem mais evoluído em seus setores sociais, já haviam passados por um estágio semelhante ao nosso, com muitas mazelas e, ao longo de um tempo a mim não cronometrado.
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