Pesquisas Urbanas (parte 1/2)
(Gilberto Velho; Karina Kuschnir)
1. O desafio da proximidade. Gilberto Velho Com desenvolvimento da ciência antropológica no espaço urbano brasileiro (fenômeno da década de 70). O problema da proximidade do objeto torna-se mais patente pois mesmo tendo temas como as favelas ou os afro-descendentes (teoricamente afastados da realidade dos estudiosos), muitas vezes devem enfrentar o contato com seus pares (mesmo não sendo intelectuais). Esse enfrentamento teórico criou dificuldades e também possibilidade, pois permitiu o acesso de pessoas externas aos grupos científicos
2. Uma pesquisadora na metrópole: identidade e socialização no mundo da politica. Karina Kaschnir. O trabalho antropológico dentro dos espaços urbanos muitas vezes esbarra com questões de estranhamento/identidade. Numa pesquisa com políticos do Rio de Janeiro de "esferas ideológicas" opostas, as pré-noções estabelecidas relativas a estas esferas acabam criando interferências na observação do pesquisador. Essas pré-noções também mostram-se presentes também nos grupos estudados, onde a pesquisadora era identificada como fazendo parte da elite. Durante a pesquisa, os conceitos tanto da pesquisadora quanto dos grupos modificaram-se e encontraram-se identidades onde não se esperava, fazendo a pesquisadora questionar a noção de "natural" e "exótico".
3. Vivendo entre muros: o sonho da aldeia. Cristina Patriota de Moura A imagem da vila se apresenta muito viva na mente das pessoas. Com a constituição dessa imagem, a autora passa a relatar suas experiencias durante o estudo dos condominios horizontais. Se a existência de muros incomoda e garante o isolamento no dia-a-dia, dentro do condomínio a inexistência dos muros entre as casas cria uma dicotomia entre os "de dentro" e os "de fora". Isso se demonstra, como relata a pesquisadora, nas relações inter-pessoais. A grande novidade é o problema da exposição da vida particular e o relacionamento nesse contexto.
4. Particularidades e generalizações: reflexões a partir de uma pesquisa urbana entre usuários de drogas em Porto Alegre. Fernanda Desvalhas Piccolo A pesquisa urbana tem também riscos. A partir de pré-noções existentes relativas as chamadas "vilas", as relações entre as populações nativas e pesquisadores podem tornar-se muito difíceis. Sendo a área pesquisada um ambiente bastante estudado, observa-se dificuldades quando não há financiamento para os entrevistados. O relacionamento mostra-se pautado e organizado dentro de "jogos de respeito" entre usuários e pesquisadora. Importante apontar que não se observa uma homogeneidade no que poderia ser chamado de "grupo".
5. Pesquisando em uma metrópole: fast-foods e studios em Paris. Carmen Rial O texto apresenta a reflexão e o desenvolvimento de dois trabalhos da autora. A pesquisa de um tema pouco explorado e muito controverso mostra como é difícil o desenvolvimento de temas não-consagrados, sendo por isso mesmo necessário desenvolver meios e conceitos para obter informações sobre o tema. Por ser algo globalizado, u fast-food não pode ser estudado com a delimitação tradicional ligada ao território e por isso, observa-se uma pesquisa globalizada, pesquisando em meios diferenciados, buscando descobrir algo como a "cultura fast-food". A pesquisa com studios serviu como avaliação de métodos de pesquisa. Se os questionários, criticados na década de 70, mostraram-se eficientes no caso dos fast-food, os studios foram estudados com auxilio de videocâmaras, um método pouco "ortodoxo" de pesquisa.
6. Fixar o movimento nas margens do rio: duas experiencias de construção de um objecto de estudo em terreno urbano em Portugal. Teresa Fradique O artigo está dividido em dois "focos" que em ultima instancia convergem para a discussão de como a visão da "nação" pode ser trabalhada. [nota pessoal: achei por bem dividir a anotação da mesma forma do texto] • O Cristo-Rei - construído dentro do contexto do salazarismo (Estado Novo), acaba tendo a função de desenvolver ideias de nação e nacionalidade nos visitantes. O ponto de toque da pesquisa foi o modo como se desenvolveu a pesquisa, feita em modos pouco tradicionais, como o vídeo. Como é um monumento que acaba funcionando de "enaltecedor da nacionalidade", os turistas acabam sendo protagonistas do fenômeno dessa construção e o pesquisador acaba estando diluído, misturado com o objeto da pesquisa, pois utilizam os dois os mesmos meios de registro. •Rap português: Surgido em Portugal depois da década de 1990, ele tem todo seu "modus operandi" pré-determinado, sendo originário dos EUA. Observa-se que ele está racializado, servindo associado as camadas mais pobres e os descendentes de africanos de 2° geração. Com um discurso "politicamente correto" essa musica passa a servir como uma tentativa de aliviar a pressão entre negros e brancos. Se o Cristo é um simbolo de nacionalidade, o rap é uma forma de tomar parte dessa nação.
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