Pesquisas Urbanas (parte 2/2)
(Karina Kuschnir; Gilberto Velho)
Continuação de: http://pt.shvoong.com/humanities/2003507-pesquisas-urbanas/
7. Conhecer desconhecendo: a etnografia do espiritismo e do Carnaval carioca. Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti O artigo aponta para uma posição tomada, conscientemente ou não, quando se executa uma pesquisa na sua própria sociedade: o estranhamento do comum. Esse estranhamento mexe com o senso comum existente na sociedade. Ele muitas vezes ele acaba traduzindo-se em empatia. Na pesquisa sobre o kardecismo, a luta empreendida pela pesquisadora foi relativa a seus próprios medos, adquiridos na infância e compartilhados por seus pares sociais. No caso do carnaval, a relação desenvolvida entre escolas de samba e bicheiros era a questão potencialmente perturbadora, já que há a identificação deles pela sociedade com atividades não desejáveis. Assim o artigo mostra a problemática que existe na hora da codificação e decodificação de "rituais" a partir dos códigos simbólicos dominados pelo pesquisador e que são, invariavelmente, distintos dos códigos dominados pelos interlocutores.
8. Uma experiência com autoridades: pequena etnografia de contato com o hip hop e a polícia num morro carioca. Sandra Regina Soares da Costa Artigo escrito a partir do conjunto de experiencias que a pesquisadora teve durante a pesquisa sobre o hip hop. Aponta a fluidez (e a dificuldade que ela pode causar) relativa a posição dela diante de seus informantes. A construção da mascara de pesquisadora foi, então, parte importante do seu trabalho. A autora também pondera sobre como surge o rótulo de outsider e como ele acaba sendo efetivo ou não (ela pondera que o outsider o é não só pela sua ação, mas também pelo posicionamento dos insiders sobre ele e o papel dentro do "teatro social" que ele, outsider, representa).
9. Velhos e jovens no Rio de Janeiro: processos de construção da realidade. Myriam Moraes Lins de Barros. O artigo busca apontar como as diferentes memórias e visões sobre uma área de convivência social estruturam-se em diversas pessoas. Estando as mais jovens na universidade, as experiências são construídas dentro do próprio curso, a partir da passagem destes pela área central. a professora passa a ser um meio termo entre os velhos que viveram a área central como o ponto de atividades e os jovens que apenas passam por ele. Se os novos vivem o centro a partir do curso, os velhos tem uma interação que se mostra na pesquisa pela vivencia.
10. Fazendo antropologia no baile: uma discussão sobre observação participante. Andréa Moraes Alves. Inicialmente o artigo traz a complexidade encontrada durante uma pesquisa no quesito "construção do objeto". A partir de uma premissa, a pesquisadora começou a tomar contato com o grupo que lhe forneceria informantes. Por ser um objeto que foi construído durante o estudo, a própria pesquisadora teve que se posicionar de um modo a permitir que fosse vista como uma outsider aquele espaço de socialização que é o baile. Essa visão é construída a partir de dois pontos, o interesse em aprender a dançar e o não se apresentar como uma "dançarina profissional"., o que permitia o contato com as pessoas do baile sem tantas ressalvas, não sendo uma "concorrente".
11. Estranha no ninho: sexualidade e trajetória de pesquisa. Maria Luiza Heilborn Numa linguagem técnica, a autora aponta como se desenrola a organização e a aplicação de uma pesquisa sobre sexualidade tomando como base experiências obtidas em locais sociais e geograficamente distantes. Desde as dificuldades como seriam introduzidos aos entrevistados os questionamentos da pesquisa até a preparação dos pesquisadores, passando pela análise de alguns dados das pesquisas são descritos no artigo.
12. De como olhar onde não se vê: ser antropóloga e ser tia em uma escola especializada para crianças cegas. Fernanda Eugênio O artigo retrata a experiencia do campo tida pela antropóloga. Dos pontos de vista dela desde o momento onde podia estar entre os 'nativos"que eram os alunos cegos sem se notada até a relação entre ela e as professoras (cegas) e as mães (videntes) e os mecanismos usados pelo próprio ensino especializado para manter sua "utilidade" como mediador entre a criança/educando e o mundo externo. Ao descrever suas experiencias, a autora aponta reflexões sobre o trabalho antropológico e suas "utopias" (como a não interferência e a neutralidade) e sobre o relacionamento dela tanto quanto pesquisadora quanto como pessoa com as outras pessoas envolvidas naquele universo, como mães, professoras e alunos. O artigo também aponta alguns dados sobre a construção das relações dentro desse meio.
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