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Tratado de cirurgia
(Sabiston)

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Transfusão sanguínea e infecção O sangue como dom de cura foi utilizado pelo homem já há muitos séculos. Os romanos, os egípcios e os antigos noruegueses acreditavam que se banhar ou beber sangue de pessoas ou animais seria importante para a cura de doenças como a elefantíase, a epilepsia ou o escorbuto. A primeira complicação referente ao uso de transfusões ocorreu em 1492, quando o Papa Inocêncio VIII, portador de doença renal crônica, recebeu o sangue de três jovens rapazes para a cura de sua enfermidade, vindo a falecer todos os três doadores.A primeira hemotransfusão viável ocorreu em 1667, em Londres. Ela foi realizada entre caninos por Richard Lower. Dois anos mais tarde aconteceu a primeira experiência em seres humanos. Jean Baptiste Denis realizou uma transfusão heteróloga (sangue de diferentes espécies de animais) com sangue de carneiro em um paciente que faleceu em consequência do experimento. Considerada criminosa, a transfusão heteróloga foi proibida na França, Itália e Inglaterra em 1678 até o início do século XIX, havendo apenas relatos esporádicos nesse período.James Blundell, em 1818, constatou a impossibilidade de transfusões entre diferentes animais e postulou que somente sangue de humanos poderia ser utilizado em humanos.Ao mesmo tempo em que ocorria algum avanço nas pesquisas de hemoterapia, surgiam outras questões a serem solucionadas, como problemas da coagulação e reações adversas. Até 1901, quando Landsteines descreveu o grupo sanguíneo ABO, a hemotransfusão era um procedimento considerado de altíssimo risco.A generalização da prática de transfusão de sangue no mundo aconteceu verdadeiramente na última metade do século XX devido ao constante aperfeiçoamento de técnicas e maior conhecimento médico. A partir dos anos 1980, com o advento da AIDS, as infecções transmitidas pelo sangue tornaram-se um enorme problema de segurança pública. Nessa época, no Brasil, 2% dos casos de AIDS eram transmitidos por transfusão e mais de 50% dos hemofílicos estavam contaminados pelo HIV.Com o avanço da medicina e o surgimento de novas tecnologias como o fracionamento plasmático, desenvolvimento de bolsas plásticas, processadores celulares para aféreses, soluções de preservação, técnicas de compatibilidade e prevenção de doenças, a transfusão de sangue pôde ganhar o desenvolvimento extraordinário que vem sofrendo nos últimos 20 anos.1O aparecimento da AIDS introduziu novos procedimentos no processo da hemoterapia. Passou-se a buscar, então, a segurança transfusional: “medidas quantitativas e qualitativas adotadas que visam menor risco aos doadores e receptores de sangue, além de garantia de estoques estratégicos capazes de atender à demanda. 2 ”A segurança transfusional pode ser alcançada quando se segue corretamente o ciclo hemoterápico. Esse ciclo consiste em: captação e seleção de doadores, triagem sorológica dos doadores e imuno-hematológica dos receptores, processamento e fracionamento das unidades coletadas, dispensação, transfusão e avaliação pós-transfusional. Mesmo assim, nenhuma transfusão é 100% segura. Porém, o risco de transmissão de doenças é sensivelmente diminuído com a realização das medidas pré-transfusionais (captação e seleção de doadores, testes de triagem sorológica). A obtenção da história do doador, por exemplo, é importante não só para fazer screening de doenças sexualmente transmissível ou uso de drogas injetáveis. Deve-se perguntar também o histórico de viagens do paciente. Pois há casos nos Estados Unidos (país em que não é feito o screening para a Doença de Chagas devido à baixa incidência) em que sangue contaminado com o T.cruzi foi transfundido. No Brasil, é realizada uma triagem clínica-epidemiológica criteriosa. O Ministério da Saúde determina que sejam realizados testes para: HIV 1 e 2, HTLV I e II, hepatites B e C, sífilis, doença de Chagas e malária em áreas endêmicas e CMV para pacientes imunodeprimidos.Apesar disso, não deve ser esquecido que pode haver riscos emergentes, como ocorreu em 1999 em Nova York. Nesse ano houve uma epidemia de encefalite e meningite na cidade cuja causa foi atribuída à transfusão sanguínea do vírus West Nile. Três anos após, descobriu-se outras quatro maneiras de infecção pelo vírus 4 .Atualmente, a discussão está mais voltada para o risco de infecções pós-transfusionais associadas a fenômenos imunitários decorrentes do próprio processo.Ainda são obscuras as causas da imunodepressão causada pela transfusão. Sabe-se que as reações imunes ocorridas após a hemotransfusão podem durar vários anos 5 . Já os mecanismos responsáveis não foram esclarecidos. Acredita-se que ocorra uma disfunção e redução de células linfocitárias o que acarretaria uma diminuição da resistência orgânica, aumento do índice de infecções e, em presença de neoplasias malignas, maior disseminação e número de recidivas.A transfusão sangüínea também tem papel fundamental no tratamento da anemia grave em pacientes cirúrgicos. A anemia é uma condição que pode levar a aumento da morbidade e mortalidade associadas à hipóxia tissular generalizada.



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