Preconceito? Use a Cabeça!
(Tatiana Martins Alméri)
Humildemente venho por meio deste falar de filosofia.
Não, não, isso não é um memorando... mas é bom lembrar deste aviso: despertar-se e espreguiçar-se do conformismo automático cultural de vez em quando, principalmente quem “passa a vida de olhos fechados sem jamais sem jamais procurar abri-los”, como já filosofava Descartes.
Por duas maneiras erramos ao julgar sem pensar: pela prevenção e precipitação do novo que está por vir. Respectivamente “é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar pelas opiniões e idéias alheias, sem se preocupar em verificar se são ou não verdadeiras. São as opiniões que se cristalizam em nós sob a forma de preconceitos (colocados em nós por pais, professores, livros, autoridades) e que escravizam nosso pensamento, impedindo-nos de pensar e investigar. Já a precipitação, corresponde à facilidade e à velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas idéias são ou não são verdadeiras. São opiniões que emitimos em conseqüência de nossa vontade ser mais forte e poderosa do que nosso intelecto. Originam-se no conhecimento sensível, na imaginação, na linguagem e na memória.” (DESCARTES, 2003 apud CHAUÍ, 2003, p. 127).
É na busca puramente intelectual, segundo esse conhecimento sensível, que Descartes acreditava ser possível eliminar os ruídos de informações que recebemos todos os dias nas simples olhadelas, ouvidas de conversas pessoais ou até no descuido do acaso no caso das alheias. Seria preciso então um “Incansável trabalho de distanciamento reflexivo, a análise filosófica exige colocar nosso espírito ‘à espreita’, atento àquilo que lhe é apresentado para exame e também pronto a discernir seus próprios subentendidos.” (ARONDEL-ROHAUT, 2005, p. 6).
Junte isso tudo à questão cultural do preconceito, os estereótipos produzidos sócio e psicologicamente e o nosso mundo fordista temos uma boa porção de preconceito em relação aos filósofos. “(...) o que se fundamenta nas explicações do materialismo histórico definido por Karl Marx, fazer algo que possua valor social é elaborar coisas materiais, algum elemento concreto, que tenha valor de troca, que seja palpável, um objeto em si, algo que se concretize, o que normalmente não está no dia a dia dos filósofos, os quais têm como base principal e fundamental a reflexão, algo impalpável, e certamente por ser impalpável que muitas vezes é taxada como desnecessária, sem valor e incabível, assim como dizem popularmente: o Ócio – com a significância do senso comum.”
Neste contexto fordista, um erro grande é cometido quando se considera questionamentos e indagações dão, aos processos já mecanizados, margem ao erro.
Como o titulo propõe: Use a cabeça, pois é agora que vem o paradoxo; o destino dos preconceituosos. Filosofar é exatamente duvidar, contradizer, discutir, procurar a verdade ou o que de mais próximo há dela. Quanto mais preconceito, mais estaremos amarrados à hierarquia social. Menos chances temos de nos submeter às atrocidades sociais vista com tanta naturalidade fria e ignorante.
Portanto, no âmbito filosófico que já nos encontramos aqui, me arrisco humildemente, como no começo, para concluir tal resumo de assunto, e proponho: Filosofo logo evoluo!
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