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A Significação Antitética das Palavras Primitivas
(Sigmund Freud)

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Algumas palavras guardam sua história no corpo. E algumas trazem em si as marcas de opostos que convivem sem formar unidade, mas numa palavra única. É a proposição de que essas palavras demonstram o que a atividade dos sonhos revela: a possibilidade de unidade de opostos que guardem suas peculiaridades. São dois sentidos contrários que convivem, mas não dão surgimento a um terceiro elemento: são um e dois. É o que afirma Sigmund Freud, pai e patrono da psicanálise, em “A Significação Antitética das Palavras Primitivas” (In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XI. Rio de Janeiro: Imago, 1970. p. 141-6).Trata-se de um trabalho no qual Freud aponta para a importância do significante (a palavra em si) para a psicanálise, como foi mais aprofundado por Lacan posteriormente. Chamo atenção para o fato de que Freud baseou suas ideias nas comparações etimológicas entre palavras de línguas distintas, no que diz respeito ao processo de metátase (fenômeno da inversão de som; transposição dos termos em um raciocínio), do filólogo Abel, o que é inusitado, vez que a filologia ainda estava incipiente naquele momento do século XIX. Esse filólogo mostrou que, na língua egípcia, que ele considera uma relíquia única de um mundo primitivo, há um grande número de vocábulos com duas significações, uma das quais é o oposto exato da outra Entre os principais exemplos de palavras antitéticas nesse artigo de Freud, destaco a opinião freudiana de que o “não” parece não existir, no que se refere aos sonhos. Eles mostram uma tendência específica para fazer combinações de contrários numa unidade ou para representá-los como uma e mesma coisa. Também é destacável o fato de que no idioma egípcio antigo há excentricidades, a saber: palavras compostas em que dois vocábulos de significações antitéticas se unem de modo a formar um composto que tem a significação de um apenas de seus dois componentes; compostos como “velho-jovem”, “longe-perto”, “ligar-cortar”, “fora-dentro”, que, apesar de combinarem os extremos de diferença, significam somente “jovem”, “perto”, “ligar” e “dentro”, respectivamente. Com o tempo, portanto, essa ambigüidade desapareceu da linguagem. Vários outros exemplos são oferecidos. Que baste citar mais um: em inglês, para se exprimir ‘sem’, diz-se without, ou seja, “com-sem”, pois “com” é with, enquanto out oferece a ideia de negação ou ausência.



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