O poder dos sonhos
(Luis Sepúlveda)
"Sonhamos que é possivel outro mundo e tornaremos realidade esse outro mundo possivel". Esta não é apenas uma declaração de intenções. Como é seu hábito, o escritor chileno usa o seu talento de narrador para denunciar o estado de inquietação do país que ama e que o viu nascer, do país onde escolheu viveu e do mundo inteiro em geral.O empenho civíco que o incita a acusar a veiculação de informação corrompida, a condenar o indigno atoleiro, o Iraque, a criticar a guerra e a mostrar a sua indignação pelas vitimas da tortura. É portanto um fortesentimento de humanidade o que une as histórias e reflexões aqui reunidas, sempre pontuadas por uma convicta e apaixonada participação no destino dos marginalizados, dos esquecidos e das vitimas.As suas histórias não se lêem, bebem-se porque Spúlveda tem o estfo do escritor de raça. É um grande narrador capaz de apanhar os detalhes mais profundos no magistral artesanato da narração. Sepúlveda tem o sentido da narração concisa e eficaz, o gosto pelo imaginário finamente cinzelado, sendo um grande senhor da evocação, o que lhe permite tornar simples as histórias mais complicadas.Luís Spúlveda nasceu em 1949 no norte do Chile, e tem percorrido quase todos os territórios poss´veis da geografia e das utopias, de Punta Arenas a Oslo, de Barcelona a Quito, da selva amazónica ao deserto da Répública Arabe Saráui, das celas de Pinochet aos barcos do movimento do Greepeace. Autor de uma obra multifacetada que compreende contos, romances, peças de teatro e ensaios, têm-lhe sido atribuídos numerosos prémios.
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