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Barão de Mauá
(lmonline)

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A primeira vez que fez um inventário completo do tamanho de sua fortuna, lá pelos idos de 1867, é bem possível que o próprio Barão de Mauá tenha se surpreendido. Os números que, contrariando os hábitos de cuidadoso guarda-livros que fora na adolescência, costumava guardar na cabeça exatos 115 mil contos de réis. O que significava o equivalente a 12 milhões de libras. Para inveja da corte, ultrapassavam em nada mais nada menos que 18 mil contos de réis o inflacionado orçamento do Império. O Barão não era nescessariamente o homem mais rico do planeta, mas tinha quase tanto dinheiro quanto o colossal Banco da Inglaterra, com ativos estimados em 43 milhões de libras.
Tão grande quanto a fortuna que construíra era a animosidade que despertava, a começar pelo Imperador Dom Pedro II, seu vizinho no aristrocrático bairro de São Cristovão. Não por acaso sua majestade costumava espionar, com uma possante luneta, aquele surpreendente rival plebeu, descrito pela Enciclopédia Britânica como " o ilustre homem que trouxe a civilização até a selva do Amazonas" e que, partindo do zero, às custas de energia empreendedora e criatividade, ousara ofuscar a Coroa. Aos íntimos Mauá não fazia segredo dos temores que lhe tiravam o sono: " desgraçadamente entre nós entende-se que empresários devem perder, para que o negócio seja bom para o Estado, quando e justamente o contrário".
Construtor de ferrovias, de bancos e estaleiro, credor de governos, dono de fazendas e de negócios de mineração, amigo de banqueiros, de nobres e estadistas, progressista convicto, cosmopolita apaixonado pela economia e pelos progressos da ciência, Mauá era tão idolatrado e reverenciado na Inglaterra e na França, o centro do universo, quanto hostilizado e visto com desconfiança no Brasil.
O Barão não desconhecia que o povo se orgulhava dos trens, dos navios a vapor e da iluminação à gás, o triângulo de ouro da modernidade. Nao desconhecia, igualmente, o estigma individualista, interessado mais no tilintar da caixa registradora do que no interesse público, atiçado pelos conservadores sob o manto protetor do imperador, símbolo máximo da cultura estatista. Consciente de que caminhava em terreno minado, naquele ano de 1867 Mauá fez nas empresas que possuía aquilo que hoje se convencionou chamar de reengenharia. Mas a Mauá & Cia. nasceu sob o signo bastante diferente daquele que marcou os 44 primeiros anos de trabalho do Barão. Os tempos de dinheiro abundante em caixa estavam ficando para trás. Os sonhos de reconhecimento público também. Sitiado, pelos adversários, o Barão estava mergulhado entre a vida e a morte. O homem mais rico do país, de reputação inatacável, era tambem o mais perseguido.
Irineu Evangelista de Sousa nasceu na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande em 1813, numa casa com alicerces de pedras e paredes de pau-a-pique, com um só cômodo, incrustada num ponto perdido no mapa do município de Jaguarão, na fronteira gaúcha com o Uruguai, e ali viveu até a idade de 9 anos. Em meio a vastidão do pampa, o único traço a diferenciar Irineu de outras crianças era a determinação da sua mãe de mantê-lo afastado dos peões e iniciá-lo no aprendizado das letras e matemática. Após a morte do pai, e do segundo casamento da mãe, Irineu foi levado por um tio capitão para morar no Rio de Janeiro, uma cidade com 110 mil habitantes, metade escravos. Angustiado pela dor da separação, prometeu que iria estudar por si e ganhar dinheiro para um dia sustentar a mãe e a irmã.
Foi trabalhar no armazém do português João Rodrigues, cuidava de desempenhar as funções de caixeiro, à noite discretamente, à luz de velas, estudava contabilidade, gramática e francês.Trabalhava sete dias por semana. Nas horas vagas, engraxava botas dos colegas para engordar o esquálido salário. Aos 14 anos conhecia, na intimidade a contabilidade e os segredos do seu patrão, homem muito rico, comerciante, banqueiro, latifundiário, industrial e armador. Promovido a guarda livros, assumiu na prática, o leme de uma operação que provaria a sua vontade de vencer. Tragado em dívidas seu patrão o nomeou para negociar a liquidação dos negócios e Irineu, saiu melhor do que se poderia imagina, surgia assim um grande empresário.
Em 1878 é decretada a falência do banco do Barão de Mauá e da Mauá & Cia.



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