O MAR E O PLANTADOR DE TÂMARAS - FÁBULAS
(ESOPO)
Como acontece em tantas parábolas do passado, também esta recebe duas versões. Na versão colhida por Planude, um Criador de Ovelhas à beira do mar ouve falar das riquezas que se obtém com as navegações de Comércio. Vende seu rebanho e compra uma carga de tâmaras e parte pelos mares. Numa tormenta o barco naufraga e, a muito custo, ele se salva, tendo perdido toda sua preciosa carga. Voltou ao trabalho à beira do mar e, um dia em que o mesmo estava tranqüilo e atraente, vê um turista admirado com a calmaria das ondas e elogiando a beleza das águas imensas, comenta: "O mar ainda está desejando tâmaras!" Concluem os fabuleiros que quem tem experiência anterior, sabe! REVISÃO - Seria o mesmo que "Gato Escaldado, de água fria tem medo"? Mas, há uma segunda versão, contando que era uma vez um plantador de tâmaras que, insatisfeito com os preços que lhe pagavam os mercadores, resolve, ele próprio atravessar o Oceano. Um dia vê o Mar calmo e se decide a viajar levando toda sua colheita. Perde a carga em uma tormenta, pois só não afunda porque aliviou o barco atirando fora toda a valiosa carga das tâmaras. Esta versão é a narrativa sumeriana, que faz mais sentido, não acham? Tempestades surgem e também amainam... Como o Mar acalmou depois que ele jogou fora a carga, concluirá o Navegante: "O Mar queria as Tâmaras!" Assim, ao contemplar a calmaria da praia, relembra que foi assim que foi atraído para viajar. Só pode concluir para o turista enlevado: "O Mar está calmo porque está desejando mais Tâmaras!" Para concluir, será que precisamos explicar a nossos leitores que os ventos assopram e causam Tormentas por razões obscuras? E ainda mais, que as mesmas razões obscuras induzem à ambição e depois destroem os ambiciosos? Diremos: As Sombras possuem Razões que a nossa Razão deveria saber decifrar...
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