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A mulher e a mídia. A coisificação do feminino
(Rosângela Gil; Olgária Matos)

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Rosângela Gil comenta a imagem que a mulher recebeu no mês em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, em 2005. As mulheres foram apresentadas, como interessa ao mercado, como mulheres bonitas, profissionais, liberais, atuantes e resolvidas. “A mídia e a mulher” foi o debate realizado no Sesc, em São Paulo, no dia 11 de março, com a filósofa e professora da USP, Olgária Chain Feres Matos. O mesmo título recebeu a entrevista com essa filósofa (Boletim NPC, março de 2005), sobre questões que vão além do batom, como diz Rosângela Gil, e sobre a Carta das Mulheres para a Humanidade, com destaque para cinco princípios: solidariedade, igualdade, justiça, paz e liberdade. De fato, a entrevistadora defende a ideia de que falar de mulher é também falar do mundo, do homem, de mercado, de exploração e de neoliberalismo, entre outros nós do real.A pergunta inicial é sobre o olhar da mídia para as mulheres. Segundo Olgária Matos, a visão da mídia para as mulheres é o olhar coisificado da mídia feito “para” as mulheres, ou seja, é uma criação editorial e ideológica, principalmente pela mídia televisiva, que desconhece a mulher concreta. Coisificado, nesse sentido, implica a noção de estereótipos pré-criados sobre o feminino e como se deve olhá-lo, isto é, “uma identificação entre saber e ver”. Olgária Matos também destaca a postura consolidada no imaginário ocidental de que, quando nos referimos às categorias de mulher e homem, enfatizamos o aspecto biológico, ao passo que, quando falamos em masculino e feminino, o aspecto simbólico da presença dos valores. Por isso essa filósofa prefere não falar em homem e mulher, mas em masculino e feminino.Essa estereotipação do olhar sobre o feminino é fundamentalmente comandada pelas demandas de audiência do mercado midiático. A visão da mulher competente também traz, especialmente na publicidade, a imagem da mulher que não tem tempo e não deve pensar. Trata-se de um dos tipos de distorção simbólica em relação a mulher. Outras distorções mais freqüentes nos meios de comunicação, de acordo com Olgária Matos, são as da nudez, pois não é um corpo de mulher, mas um corpo modelado pelo fetiche da juventude. Ou seja, a nudez é uma forma de vestimenta, pois quando se mostra tudo se está escondendo alguma coisa: a artificialidade do corpo, através do silicone e das inúmeras técnicas estéticas corporais. Olgária Matos destaca que a mulher, como figura pública, tende a mimetizar os padrões masculinos, em conflito com certos valores femininos. Esse conflito deverá ser resolvido na sociedade futura. É o que afirma o filósofo da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse, citado por Olgária Matos: a sociedade do futuro deverá ser andrógena, porque tanto a mulher poderá desenvolver seus aspectos ditos masculinos, na forma do simbólico, como dos valores que estão no imaginário coletivo da sensibilidade, da receptividade e da não violência. Ou seja, a mulher como a emissária principal da democracia. Nem a mulher como um ser passivo, nem o homem como um ser ativo. Ambos são alienados: o homem não é senhor dos usos nem do sentido da sua vida nem do seu tempo, assim como as mulheres que vão para o mundo do trabalho. Nos dois casos a alienação é igual tanto para quem está no mercado formal do trabalho quanto para os demais, pois não vê mais sentido nos usos do tempo. Isso implica que ambos o homem e a mulher vivem num estado de heteronomia, isto é, “as decisões são tomadas fora de um campo de ação afetivo dos interessados”.Sobre a contemporaneidade, Olgária Matos vê tristeza e espaço para ação, pois há a exigência de intervenção, de transformação e de criação de um homem e de uma mulher que se contraponham ao que foi criado pelo neoliberalismo. Finalmente, há que se ressocializar a sociedade e se refortalecer os laços de coesão social, talvez na esfera do sonho.



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