O mistério de todos os mistérios
(Michael Ruse)
É certo que a ciência só se pode debruçar sobre aquilo que é observável. A observação depende como é evidente, dos nossos sentidos que são limitados, mas que podem ser completamendos pelos variadissimos e complexos instrumentos que fomos desenvolvendo ao longo da história. Sem microscópios nem telescópios, muito do que hoje se conhece sobre o mundo celular em biologia ou o mundo extra-solar em astronomia, não passaria de uma série de hipóteses, meras hipóteses.Mas a ciência também só se pode debruçar sobre as perguntas que colocamos. Essas perguntas são limitadas pelas palavras e conceitos familiares, pelo conhecimento disponivel e pela nossa imaginaçãoFreququentemente o senso comum não só não ajuda, como confunde o nosso raciocinio. Muitos dos avanços em ciência são contra-intuitivos. O sol não gira à volta da terra; os continentes não estão fixos, flutuam na crosta terrestre; a luz por vezes comporta-se como onda, outras vezes como particula. Mas cada nova importante descoberta não só deve conseguir explicar o que conhecemos, como também deve indicar novos caminhos e novas perguntas. Por vezes estas perguntas parecem ter mais a ver com a imaginação e a criatividade do que com a lógica e o raciocinio. É precisamente nestes casos que as posições dos objectivistas e dos subjectivistas se aproximam.
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