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O que é pós-feminismo?
(Isaias Carvalho)

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As considerações e conceitos aqui utilizados para definir e caracterizar o que se tem chamado de pós-feminismo foram adaptadas de MACEDO e AMARAL (2005) e MESSA (2007), cujas referências completas se encontram ao final deste texto.Como todo conceito em tempos pós-modernos – incluindo o próprio conceito de pós-moderno e todos os pós –, o pós-feminismo tem variantes e ambiguidades em seu significado. De fato, para certas tendências do feminismo, o impulso pós-feminista se assemelha ao discurso pós-modernista, vez que têm em comum o ímpeto de desconstrução e desestabilização da categoria de gênero como fixa e imutável. Essa foi a linha de pensamento, iniciada no final dos anos 60, das chamadas teóricas da “diferença” (Julia Kristeva e Hélène Cixous, entre outras). Por outro lado, mulheres como Camille Paglia (1990) ou Christina Hoff Sommers (1994) representam outra corrente do feminismo, ou contra-feminismo (também relacionado ao backlash ideológico do feminismo). Para essas autoras, a aproximação do pós-feminismo com o pós-modernismo é questionável. O pós-feminismo é tomado como um feminismo de “Terceira onda”, que se assemelharia mais com um ideário liberal e individualista do que com objetivos coletivos e políticos, já que as reivindicações por igualdade entre os sexos já foram satisfeitas e que o feminismo deixou de representar adequadamente as preocupações e anseios das mulheres de hoje. Trata-se de uma visão conservadora e acomodada.Como é de se esperar em um debate profícuo, o vocábulo pós-feminista tem sido também abordado em acepção diversa: nem complacente com as falácias do “contra-feminismo” e seu descarte de várias das demandas que as mulheres continuam a enfrentar no cotidiano (em termos públicos e privados). Com ênfase na representação e nos media, na produção e na leitura de textos culturais, essa corrente intermediária se empenha tanto a celebrar as vitórias do feminismo passado quanto a reinventar o feminismo, fortalecendo-o e exigindo que as mulheres voltem a ser reivindicativas e mais dedicadas nas suas lutas em vários setores. Essa linha de pensamento é representada, entre outras, por Germaine Greer (1999), Teresa de Lauretis, Griselda Pollock, Susan Bordo, Elizabeth Grosz, Judith Butler e Donna Haraway. Como se pode pensar em vários modernismos e pós-modernismos, também se pode pensar o que se tem chamado de pós-feminismo como a tradução da existência de múltiplos e plurais feminismos. Essa postura mais em sintonia com a contemporaneidade reconhece o fator da diferença como uma negação da hegemonia de um tipo de feminismo sobre outro. Porém, também não pretende fazer tabula rasa das lutas vencidas, nem festejar a reificação ou a fetichização do conceito mesmo de diferença.Defende-se, portanto, que o feminismo não seja relegado ao passado, mas que mereça a atenção devida nos debates sobre cultura e sociedade, pois ser mulher no século XXI é obviamente muito diverso do que no século XX, mas grandes assimetrias de poder ainda se mantêm. Referências:MACEDO, Ana Gabriela; AMARAL, Ana Luísa (Orgs.). Dicionário da Crítica Feminista. Porto: Afrontamento, 2005. p. 153-154MESSA, Márcia Rejane. As mulheres só querem ser salvas: Sex and the City e o pós-feminismo. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. E-compos. Abril de 2007 - 2/19.



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