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Um décimo dos soldados que retornam do Iraque tem problemas de saúd
(Época)

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Um décimo dos soldados que retornam do Iraque tem problemas de saúde mental


Pesquisadores acompanharam mais de 18 mil soldados, de 3 a 12 meses após o retorno da guerra, e detectaram estresse pós-traumático, depressão, comportamento agressivo e abuso do uso de álcool

Entre 8,5% e 14% dos soldados que retornaram dos conflitos no Iraque se queixam de transtorno de estresse pós-traumático (PTSD, na sigla em inglês) ou depressão, comprometendo sua vida profissional e afetiva de forma grave, de acordo com estudo publicado na edição de junho do Archives of General Psychiatry. "Um crescente número de estudos na literatura tem demonstrado a associação do combate no Iraque e no Afeganistão a problemas de saúde mental, particularmente transtorno de estresse pós-traumático e depressão", escreveu a equipe de Jeffrey L. Thomas, do Instituto Walter Reed de Pesquisa do Exército americano. No entanto, tais estudos anteriores mostraram variadas taxas de prevalência desses transtornos porque foram baseados em diferentes definições. Além disso, não compreendem a incapacidade funcional, abuso de álcool ou comportamento agressivo como fatores de comorbidade do transtorno ou da depressão, segundo Thomas.

Em entrevista a ÉPOCA, Thomas disse que a maioria dos soldados se recupera bem depois que retorna da guerra. “Mas há um percentual de combatentes que reportam sintomas e aos quais não é dado um período de tempo necessário para que possam se recompor psicologicamente antes de serem convocados para a guerra de novo”, afirmou. Em um cenário em que o número de soldados americanos não para de crescer, ele diz acreditar que cabe aos governantes continuar avaliando a saúde dessas pessoas para atenuar, da “melhor maneira possível”, os problemas decorrentes da experiência em uma guerra. Segundo Thomas, em vez de aumentar os esforços de intervenção no Iraque para reduzir o impacto dos combates nos soldados, “é imperativo que informações como as coletadas pelo estudo sejam avaliadas”.

Entre 2004 e 2007, foram aplicados questionários sobre saúde mental a dois grupos de combatentes, 4-Active Component (espécie de alto comando, não-reservistas) e 2-Guarda Nacional (reservistas). No total, 18.305 soldados foram estudados de três a 12 meses após seu retorno. A questões serviram para rastrear sintomas de PTSD, depressão, comportamento agressivo e abuso do uso de álcool. Depois, os soldados eram questionados se tais problemas causavam dificuldades no trabalho, em casa ou para se relacionar com pessoas.
Steve Ruark
Soldados americanos carregam caixão com colega de combate: as pressões da guerra levam a estresse e depressão

Usando definições rigorosas, os pesquisadores observaram taxas de estresse pós-traumático nos dois grupos: 20,7% entre os do Active Component e 30,5%, entre os da Guarda Nacional. Para depressão, as porcentagens foram de 11,5% e 16%, respectivamente. "Entre as taxas elevadas de sintomas e incapacidade funcional grave, a prevalência de PTSD variou de 5,6% a 11,3% e, a de depressão, de 5% a 8,5%", escreveram os autores do estudo. Abuso de álcool ou comportamento agressivo – incluindo bater na porta, socar a parede, ameaçar ou cometer violência física – esteve presente em cerca da metade dos casos de transtorno de estresse pós-traumático e depressão.
Estresse pós-traumático dobra o risco de demência nos idosos

Não é apenas no presente que os soldados sofrem com os traumas da guerra. Os combatentes idosos que tiveram transtorno de estresse pós-traumático são mais propensos a desenvolver demência em até sete anos em relação àqueles sem PTSD, de acordo com outra pesquisa publicada no mesmo Archives of General Psychiatry.

PTSD é um transtorno psiquiátrico comum e frequente entre veteranos que voltam de combate. De acordo com a pesquisa, de 10% a 15% dos veteranos do Vietnã tiveram sintomas da doença depois de 15 anos ou mais após seu regresso. A literatura científica também associa o PTSD a uma variedade de condições médicas em soldados jovens e de meia-idade, como declínio no desempenho cognitivo (pensamento, aprendizagem e memória).
Karim Kadim/AP
Soldados americanos perto de Bagdá: cerca de 10% de quem volta tem problemas de saúde mental

Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, liderou um estudo com 181.093 veteranos de 55 anos ou mais (idade média: 68,8%; porcentagem de homens: 96,5%), entre 1997 e 2000. Desses, 53.155 tinham transtorno de estresse pós-traumático, cerca de 30%. Durante os próximos sete anos, de 2000 a 2007, 31.107 (17,2 %) dos veteranos desenvolveram demência. O risco de desenvolver a demência entre o veteranos com estresse pós-traumático foi de 10,6%, enquanto que para os outros, 6,6% – quase o dobro.

A probabilidade de desenvolver demência entre aqueles que sofreram PTSD é ainda maior quando a análise leva em conta importantes diferenças, como variáveis demográficas, outras doenças ou problemas psiquiátricos. "Há muitas razões por que pacientes com PTSD podem ter maior risco de desenvolver demência", escreveram os pesquisadores.



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