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A guerra de um pai contra o fast food
(Letícia Sorg)

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A guerra de um pai contra o fast food. Vale trapacear para manter o filho longe do hambúrguer?


A mãe sussura para o pai: “Sssshhh, ela pode nos ouvir!”

“Não, ela está dormindo”, diz o pai no mesmo tom, em frente da porta do quarto da filha. “Outra criança sumiu no McDonald’s.”

“Outra? Não!”, responde a mãe.

“Sim”, diz o pai com apreensão. “Entrou para pegar fritas e um McLanche Feliz e não foi vista desde então. Eles procuram pelas matas, olharam e, agora, claro, as suspeitas se voltam para Ronald.”

Detalhe: a criança, ainda acordada, escutava tudo. E os pais sabiam. Encenavam uma peça com a esperança de convencer sua filha de 2 anos e meio a se manter longe do McDonald’s, a principal rede de fast food do planeta.

Por mais estranha que essa história pareça, aconteceu de verdade. E um de seus protagonistas narrou-a em uma coluna no jornal britânico The Guardian. O pai é o chef de cozinha Anthony Bourdain, que acaba de lançar o livro Medium Raw: A Bloody Valentine To The World Of Food And The People Who Cook.

Bourdain revela que, para ele, vale a pena usar os métodos mais sujos — inclusive apelar para o terrorismo — para evitar que sua filha se entregue a hambúrgueres, batatinhas fritas e sundaes. O chef acusa o McDonald’s de focar sua publicidade nas crianças, com seu Ronald, um palhaço colorido. Segundo ele, a empresa sabe que os pais, já cansados com o dia a dia estressante, são alvos fáceis para o choro do filho, que quer ir para o parquinho, ganhar o brinquedinho — e ingerir milhares de calorias pouco nutritivas.

O escritor diz que as crianças não entendem lhufas de calorias ou alimentação saudável nem o impacto do consumo de carne no aquecimento global. Elas só querem se sentir parte do grupo — o que, numa certa idade, é ter os mesmos brinquedos. Alguém discorda?

Bourdain não perde uma oportunidade de dizer para a filha que fast food fede. E, ao ler que as crianças tendem a comer alimentos difíceis, como espinafre, brócolis ou fígado, quando eles estão nas embalagens coloridas do fast food, o chef teve várias ideias. Ele está planejando servir uma cabeça de Barbie coberta de chocolate dentro de um saquinho do McDonald’s para chocar a filha. Será que uma experiência traumática dessas dá certo?

Eu tenho lá minhas dúvidas. E quando a filha de Bourdain crescer um pouquinho e descobrir que Ronald não sequestrou nenhuma criança? Ou que a lanchonete não serve cabeça de boneca como sobremesa?

Não tenho filhos e cresci numa cidade em que o McDonald’s só chegou quando já era adolescente, mas consigo imaginar os conflitos entre pais e filhos diante da questão. Consigo imaginar o choro das crianças que querem o último brinquedinho para a coleção e que, desde cedo, aprenderam a gostar de batatinha frita, o que, convenhamos, não é difícil. E os pais que, cansados de resistir, ficam com peso na consciência por ter cedido ao apelo do fast food.

Você enfrenta ou enfrentou esse problema? Que estratégia você usa para manter uma alimentação saudável para o seu filho? Vale trapacear, como faz Bourdain?

Para quem se interessa pelo assunto, a revista Crescer fez uma reportagem de capa com dicas para fazer seu filho comer bem.



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