Geografia física da região amazônica
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GEOGRAFIA FÍSICA
Geograficamente, a região a que se dá o nome de Amazônia corresponde à bacia do rio Amazonas, um gigantesco losango verde que, na largura, vai da pequena cidade peruana de Pongo Manseriche até o norte do Maranhão, e na altura, cuja altura vai do delto do Orinoco, na Venezuela, ao norte de Mato Grosso, no curso médio do rio Juruena.
Há, no entanto, pelo menos duas outras classificações. Uma é a da Amazônia como região Norte do Brasil, compreendendo cinco estados: Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia, o que soma em seus limites políticos 3.581.180 km2 (42% da extensão territorial do país); outra é a denominada Amazônia Legal, criada pela lei nº 5.173, de 27 de outubro de 1966, para fins de planejamento: alcança, além da área acima, a maior parte do Maranhão, o norte de Mato Grosso e o estado do Tocantins, totalizando 5.033.072 km2 (59,1% do Brasil).
Relevo
Cerca de 61% da superfície do Amazonas se situam abaixo de cem metros, 32% entre 100 e 200 metros e somente sete por cento acima dos 200 metros de altitude. No entanto, é no estado que se encontra o ponto culminante do Brasil, o pico da Neblina, com 3.014 metros, na serra Imeri, junto da fronteira com a Venezuela, no planalto cristalino.
Quatro unidades compõem o quadro morfológico geral. O baixo platô arenítico, localmente chamado de terra firme, por estar fora das maiores enchentes, recobre, com sua vasta superfície tabular, grande parte do estado. Nele, o rio Amazonas e afluentes abriram grandes calhas, que preencheram parcialmente com seus aluviões, dando origem à segunda unidade morfológica, a planície aluvial ou várzea. Ao norte, estende-se o planalto cristalino, com uma superfície ondulada, dominada por alinhamentos montanhosos junto à fronteira venezuelana. Na maior parte, o Amazonas é constituído pro terrenos sedimentares recentes (do período quaternário).
Clima e Solos
O clima é quente e chuvoso, do tipo Af de köppen. A temperatura média anual eleva-se a cerca de 26º C e uma variação no mês mais quente ao mais frio de menos de 2º C. No sudoestes, porém, a oscilação térmica é bem maior no inverno, quando a massa polar atlântica faz a temperatura descer a 10º C ou menos, no que localmente chamam friagem. Com exceção da região oriental, onde se faz sentir uma nítida estação seca nos meses de julho e agosto (clima Am), o estado recebe chuvas durante todo o transcorrer do ano. Em virtude de serem intensamente lavados pelas chuvas, os solos de terra firme são em geral pobres em nutrientes minerais. Já os solos de várzea, sujeitos a inundações, renovam-se periodicamente pela deposição de aluviões, mantendo-se férteis.
Numa região cuja dominante é a água, as chuvas são o principal elemento climático, servindo de critério para dividir o ano, grosso modo, em duas estações – o primeiro semestre é o “inverno”, caracterizado pro chuvas e enchentes; a segunda metade do ano, teoricamente mais seca, é o “verão”, época de pouca chuva e da volta do rio ao leito normal.
Essa divisão é no entanto esquemática. A verdade é que na Amazônia, e no Estado do Amazonas em particular, o clima é predominantemente quente e úmido, sem estação seca verdadeira delimitado por um mínimo de 6 mm de pluviosidade no mês mais seco. Os totais pluviométricos anuais ultrapassam os 1.500 mm. A média mensal de precipitação atinge aproximadamente 200 mm.
A época de maiores chuvas – e enchentes – começa no mês de março e prolonga-se até junho. São violentos aguaceiros de pouca duração, seguidos de céu azul e límpido. As águas do Amazonas sobem lentamente e nada parece indicar, no início, a iminência de uma enchente. Pouco a pouco desaparecem as pequenas praias à beira do rio, alagam-se os terrenos baixos e os primeiros arbustos começam a ser cobertos pelas águas. De um momento para outro, ilhas inteiras já estão submersas e as margens afastam-se a tal ponto uma da outra que não se distingue mais por onde passa a calha (leito principal) do rio. Tudo parece um imenso lago disforme.
Cobrindo as várzeas, as enchentes normais depositam aí o húmus, substância ácida proveniente de decomposição da matéria orgânica das florestas. O húmus é excelente adubo e, nos períodos mais secos, permite que se pratique nestas terras uma lavoura de sustentação. Dissolvido nas águas dos rios, o ácido húmico é o responsável pela tonalidade escura que apresentam. São os chamados “rios negros”.
Quando a precipitação pluviométrica ultrapassa os índices normais, as cheias tornam-se inundações, podendo até mesmo invadir parte das terras altas, cobrindo a mata, destruindo plantações e gado, habitações e vilarejos.
Em meados de junho, normalmente, as chuvas diminuem de intensidade, as águas começam a baixar. Gradativamente, o rio retorna ao leito, onde permanece até outubro-novembro, quando se inicia a segunda estação chuvosa. Ocorre então uma nova cheia, bem menor que a primeira e conhecida pelo nome de “repiquête”. Dura até fins de janeiro, quando diminuem outra vez as chuvas. O mês de fevereiro será um curto intervalo “seco”, enquanto se aguarda a repetição das grandes enchentes de março-junho.
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