BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Borracha - Região Amazônica
()

Publicidade
Borracha
    A borracha dos seringais do Purus-Acre, do Juruá e do Madeira projetava o Amazonas no cenário mundial. Manaus tornou-se um dos mais famosos centros exóticos da Terra. Em seu teatro, decorado por artista italiano, com zimbório trazido do pavilhão de festa de Exposição de Paris, apresentavam-se as melhores companhias européias. Homens e mulheres de todas as cores e de todos os continentes encontravam-se em Manaus. De todo o país, médicos, bacharéis, jornalistas, engenheiros, agrônomos, comerciantes e operários iam “fazer o Amazonas”. Navios das mais variadas bandeiras fundeavam no porto. Este era uma construção típica, realizada sobre tambores, que subiam e desciam ao sabor do movimento das águas. O amazonense era o maior contribuinte, per capita, do erário federal. Como o dinheiro corria fácil, fazendo de Manaus situada no coração da área extrativa uma grande cidade, eram usados com freqüência alimentos importados: bife em conserva, sardinhas portuguesas, doces enlatados, bacalhau português, queijos da Holanda e até mesmo manteiga da França. Poucos eram os produtos nacionais no cardápio do amazonense de posses, e assim mesmo “importados” do sul do país: carne seca, toucinho, chouriço.
    O presidente Afonso Pena, ao visitar a capital amazonense, declarou: “Manaus é uma revelação da república”. Manaus absorveu quase todo o rush da borracha. Os demais centros urbanos, em conseqüência, não se desenvolveram. Tudo isso entrou em colapso com a emigração da Hevea para o Oriente e a concorrência daquele mercado. O funcionalismo deixou de receber os vencimentos. Numa administração, durante quatro anos houve o calote oficial aos servidores – o que explicou a adesão popular ao pronunciamento que eclodiu em São Paulo em 1924 e teve repercussão imediata em Manaus. Até então, os homens que comandavam a política, a vida intelectual e econômica era, na sua quase totalidade, de fora.
    O “glebarismo” foi o movimento cívico que, depois de 1930, desfraldou a bandeira do Amazonas parar os amazonenses. Os homens públicos que exerceram o governo daí em diante – exceção de dois interventores federais do período ditatorial – foram, em conseqüência, todos amazonenses. A vida política processou-se em particularidades de monta. O movimento paulista de 1932 ecoou no estado no combate naval travado em frente à cidade de Itacoatiara entre forças legais, terrestres e navais, e rebeldes da guarnição de Óbidos.
    A criação dos territórios federais de Rondônia e Roraima, que provocou mal-estar, desfalcou o estado em área e população. Os municípios de Porto Velho e Boa Vista passaram àqueles territórios. Pela lei nº 117, de 29 de dezembro de 1956, que fixou a divisão territorial, administrativa e judiciária, os antigos 28 municípios desmembraram-se, elevando-se para 44.
    A partir de 1930, o governo federal passou a se empenhar no sentido de valorizar o grande vale equatorial. Dispondo de grandes reservas de terra e apresentando um índice demográfico muito baixo (cerca de 250.000 habitantes em 1900, 450.000 em 1940 e 720.000 em 1960), o Amazonas despertou o interesse internacional para a inversão de capitais em seu povoamento e na exploração de seus múltiplos recursos naturais. A tese de internacionalização da bacia, sustentada por James Bryce (1912) e Prescott Webb (1952), chegou a ser proposta por entidades científicas, a exemplo da Academia de Ciências de Washington, da UNESCO e do Instituto Hudson de Nova York.
    Suas poucas indústrias ligavam-se, até 1950, ao beneficiamento e transformação dos produtos do extrativismo vegetal. A dificuldade de comunicação, a distância dos centros de matéria-prima, a insuficiência das fontes de energia eram fatores que contribuíam para desestimular o desenvolvimento industrial da região.
    O governo federal elaborou vários projetos visando à recuperação do interior, a fim de articular o desenvolvimento em todo o território nacional. No Norte, criou-se a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA, 1953), que, mostrando resultados insatisfatórios, foi transformada na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam, 1966). Promulgaram-se ao mesmo tempo leis de ampara à iniciativa privada, como a de incentivos fiscais para a instauração de empreendimentos no setor da agroindústria. Instalaram-se no Amazonas, dessa forma, fábricas, moinhos de trigo, refinaria, além da abertura de uma zona franca em Manaus. 
    A partir da década de 1960, rompeu-se me definitivo o isolamento do Amazonas por meio de sua incorporação ao sistema rodoviário brasileiro, com a abertura de estradas como as de Manaus-Porto Velho, Manaus-Itacoatira, Manaus-Manacapuru e Manaus-Boa Vista, todas confluindo para o eixo das comunicações interiores que têm como centro Brasília.
    O leito da Transamazônica, por outro lado, corta o Amazonas desde Jacareacanga, no Pará, até Humaitá, no rio Madeira, daí ligando-se a Lábrea, no rio Purus, ponto de convergência para Boca do Acre e Benjamin Constant, no Solimões (fronteira com o Peru), após atravessar os vales do Coari, do Juruá, do Jutaí e do Jandiatuba. Do ponto de vista regional, a abertura desses vários troncos contribui para a colonização e desenvolvimento econômico do Amazonas, bem como possibilita exploração mais sistemática de lençóis de petróleo e jazidas de manganês e estanho em artérias vitais do estado.
    Em 1987, o governo federal anunciou a descoberta de depósitos de petróleo de boa qualidade, que se acreditava alcançar o volume igual a todas as reservas então conhecidas no país. A questão ecológica, avultada nessa década, exacerbou-se em 1989, com um movimento internacional pela preservação da Amazônia, desencadeado após o assassinato do ecologista e líder sindical Chico Mendes, no Acre.



Resumos Relacionados


- Economia Do Amazonas

- Natura A Caminho Da Amazonia

- A Amazônia

- Amazonas

- Manaus SerÁ Ligada Ao Pacifico



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia