Adeus ao Trabalho?
(Ricardo Antunes)
4.A CRISE VISTA EM SUAS GLOBALIDADE
A derrocada do leste Europeu e dos chamados países socialistas não foi expressão de vitoria do capitalismo e do Ocidente, mas a manifestação da crise particular que agora fulminava o coração do sistema mundial produtor de mercadorias. Os países do Leste eram parte “do próprio sistema produtor de mercadorias”, constituindo-se numa variante deste e nunca em algo efetivamente novo e socialista.
Kurz procura mostrar como o “estatismo do socialismo real” encontram em verdade muita similitude com Estado racional burgues de Fitche. E até mesmo com o Mercantilismo... Mercado planejado, direito ao trabalho e o monopólio estatal do comercio exterior, presentes no socialismo real, foram pré-formulados pelo próprio capitalismo e por seus ideólogos progressistas à beira da industrialização.
Sem romper na interioridade, com a logica do sistema produtor de mercadorias, a “crise do sociedade de trabalho do socialismo real marca a crise iminente da moderna sociedade do trabalho geral.
Primeira Critica:
Na recuperação ontológica do objeto Kurz suprimiu a dimensão, decisiva em Marx a subjetividade,neste ponto e inspirado no tom provocativo do texto, parece-nos que o materialismo da Kurz é mais próximo de Feuerbach que de Marx. A lacuna que Kurz atribui a Marx, é em verdade um lacuna sua, onde seu fetichismo como quase integral , insolúvel e irremovível obsta a existência e a resistência dos sujeitos.
Kurz centra toda sia análise na prevalência da produção generalizada e destrutiva de mercadorias e na consequente teoria marxiana do valor do trabalho, uma vez que se reafirma contemporaneamente esta tese, parece muito difícil negar a existência objetiva do na contradição no interior do processo de valorização do capital. O que nos mostra que não são lógicas diferentes e sim momentos intrínsecos da mesma logica, o que nos levar a pensar como que tudo isso pode ser diferente se temos tantas evidencias que nos levam a crer na não separação das logicas, a luta da classe-que-vive-do-trabalho é um exemplo disso.
Para Marx sempre foi muito claro que “o proletariado esta obrigado a abolir-se a si mesmo”, se de fato pretende a superação da sociedade do capital. O que reconhecemos , é uma tarefa monumental, e para a qual só uma esquerda social, renovada, critica e radical, de nítida inspiração marxiana, forjada no interior do mundo do trabalho, poderá, em nosso entendimento implementar, o que no momento atual e em momentos anteriores com outras correntes marxistas não é possível.
Segunda Critica:
Cremos que a revolução Russa não foi burguesa em sua origem, como quer Kurz, mas pouco a pouco viu sua processualidade curvar-se cada vez mais à lógica mundial do capital. E aqui também Kurz auxilia, e muito, na reafirmação e demonstração dessa tese – o que mostra que comparações feitas em relação semelhanças entre o Leste e o Ocidente , convenhamos é muita imprecisão conceitual.
Terceira Critica:
Kurz é feliz ao fizer que a o marxismo do seculo XX esta atado a tragedia do Leste Europeu, , mas exagera e s equivoca-se. Primeiro em dizer que Trotsky poderia ter se tornado um novo Stalin. De novo ele está muito mais próximo de Feuerbach do que de Marx. Nesse capitulo Kurz é por demais arrogante, pois poe em questão ou não faz uma critica ao fetichismo.
Último Ponto:
Kurz redesenha o colapso da sociedade produtora da mercadoria-dinheiro. E não vê uma saída emancipadora impulsionada pelas forças do trabalho, com também parece não considerar a hipótese de uma (re) ação conservadora das forças burguesas visando minimizar a crise e desse modo prolongar a sociabilidade regida pelo capital. Cremos, ao contrario, que ambas as alternativas se colocam: uma, a reação do capital para tentar amenizar a era das trevas , e não deixar, com ela, desmoronar o admirável mundo do dinheiro. A outra, a ação do trabalho, porque sob a ruína de uma experiência intenta e desastrosa, que foi a do Leste Europeu, poderá ver nesse seculo a o campo minado que se tornou o ocidente pela sua própria logica destrutiva,e poderá ir alem do capital, pois as regras democráticas da razão mundial burguesa e iluminista são em sua essência abstratas e insensíveis , pois seu verdadeiro fundamento é o automovimento do dinheiro.
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