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Sede POR JUSTIÇA
(Sinésio Capece)

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Da varanda de sua casa, meu irmão e eu admirávamos o movimento da rua, minutos antes do início da partida do Brasil contra a Costa do Marfim, pela Copa do Mundo de Futebol de 2010. Eis que surge na rua uma viatura da polícia de transito, com dois policiais que se colocam a multar os carros estacionados do lado oposto da rua, onde claramente podemos identificar placas de proibido estacionar. Mais de uma dezena de carros foram premiados enquanto seus proprietários provavelmente estavam concentrados para o início da partida.
Não foi possível esconder um sentimento de certo prazer no que assistimos, não exatamente por saber que pessoas estavam sendo punidas de alguma forma, mas de fato, por entender que a justiça estava sendo feita. Isto porque somos aquele tipo de pessoa que procura fazer as coisas de forma correta, o que não significa que consigamos este tento sempre, mas é certo que nossos pensamentos seguem a linha de “não façam aos outros aquilo que não querem que façam para você”. Então somos daqueles que, ao verificarmos que determinado lugar é de estacionamento proibido, não existe questionamento, procuramos um local adequado para estacionarmos nosso veículo, nem que isto signifique perder um certo tempo nesta busca, bem como ficarmos mais longe do local final de nosso destino.
Após o jogo, felizes com a vitória brasileira, onde pudemos vivenciar também ali, naquela partida, momentos de justiça e a falta dela, tanto para uma equipe quando para a outra, nossa curiosidade nos levou novamente à varanda, para observarmos a surpresa que nossos vizinhos teriam ao dirigirem-se aos seus veículos.
Assistimos então pessoas que saiam e, sem dúvida, notavam as papeletas das multas presas nos pára-brisas.
Aqueles que como nós, pararam em lugares mais distantes, no entanto, permitidos, apontavam o dedo para as papeletas e apontavam para a placa de proibido estacionar. Certamente que estas pessoas tinham exatamente a mesma sensação de justiça que nós.
Já os proprietários dos veículos premiados, podíamos ver suas fisionomias de desgosto com o fato, e pudemos inclusive ouvir um diálogo do casal de um dos carros multados:
Ela: “Está vendo, eu falei que aqui era proibido!”
Ele: “Mas eu não estou vendo nada!”, ao que ela aponta para a placa de proibido estacionar bem à frente do carro. Ele continua negando-se a acreditar: “Nunca aparece policia de transito por aqui, como eu iria imaginar que num domingo, horário de jogo...”. E enquanto terminava sua frase, pode-se assistir aquele homem enraivecido, rasgando a papeleta da multa e jogando os picados no meio-fio, como se este feito estivesse o isentando de sua punição. Entrou no veículo com sua família e saiu acelerando forte o carro ao longo da rua.
Outros ainda, saiam felizes das residências ainda gritando “Brasil, Brasil” e ao identificarem a multa ficavam com as fisionomias transfiguradas, arrancando o papel do pára-brisas, amassando com raiva, batendo a porta do carro e saindo em disparada. E ao sair em disparada, sabe-se lá o que ainda poderia acontecer dali para diante.
Mas se pensarmos que tudo são escolhas... que desde muito antes, desde o início, se ao menos as pessoas parassem para pensar o que é certo e o que é errado, se pensassem que fazer o correto não é tão custoso, certamente estaríamos vivendo uma sociedade mais justa e, se ainda quiser pensar de forma egoísta, é só pensar que ao fazer o certo estará, de alguma forma, protegendo a si próprio, protegendo à sua família, dando retaguarda aos seus próprios filhos e, porque não, dando-lhes um ótimo exemplo.
Mas isto ainda nos falta aprender...



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