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Louis Armstrong: Mestre do Jazz
(Geoffrey James in Diálogo - Vol. V; nº I)

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Ao morrer, em julho de 1971, Louis Armstrong, com a idade de 71 anos, era considerado o feliz embaixador do jazz, cantando e sorrindo, com o principal objetivo de agradar a todos. Na verdade, mais do que qualquer outro executante na história do jazz, foi vítima de seu próprio estereótipo e dos clichês de outras pessoas. Tinha uma voz sem igual: naturalmente cascalhosa que admiradores, muitas vezes, comparavam a uma caixa de câmbio cheia de manteiga de amendoim. O jazz é muitas vezes descrito, com certa dose de verdade, como a única forma autenticamente americana de arte e Armstrong, evitava análises verbais de sua música, indo ao extremo de responder rispidamente. A uma viúva rica que lhe perguntou o que era o jazz, respondeu-lhe: “Minha senhora, enquanto tiver de perguntar, nunca o saberá”. O jazz era um dos ramos menos remunerativos do show business. Louis sobrevivia como animador, aplicando seu excepcional talento à popularidade comercial. Apesar de a crítica ter se queixado de sua arte ser comercificada, ele é reconhecido como uma das maiores personalidades da música americana, um astro de grandes emoções e dotado de extraordinária inteligência musical. Primeiro grande solista de jazz é, também, considerado um dos arquitetos de uma nova forma que influenciou os executantes durante décadas, transformando, juntamente com Duke Ellington, o que era uma música local, quase folclórica, em uma forma excitante e universal. Armstrong teve a felicidade de ver seu talento desabrochar juntamente com a febre do rádio e da gravação, na década de 1920. Na visão de Gunther Schüller, no livro “O Velho Jazz” (Editora Cultrix, 1970), enquanto o jazz é uma música de aculturação – resultado da interação de duas culturas – todos os seus ingredientes podem ser remontados à África. Outra semelhança patente entre a música africana e o jazz, é que nenhum dos dois estilos se divorciava da vida como acontece com a maior parte da arte ocidental. No jazz de New Orleans, por exemplo, as bandas eram contratadas para inauguração de lojas, restaurantes e para preencher os intervalos das lutas de boxe, além de eventos beneficentes, funerais e mutirões de construção. Foi embalado no ritmo dessa música que cresceu Armstrong. Seu pai, que fazia manutenção de fornalhas, abandonou a família quando o filho ainda era de colo. Louis, então, cresceu nas ruas fazendo pequenos biscates tais como entrega de carvão, venda de jornais e cantando pelas ruas e tavernas. Então, na véspera do ano novo de 1913, praticou um delito e foi recolhido à Casa da Criança Preta Abandonada, de onde saiu 18 meses depois com um pouco de instrução formal e com os rudimentos da técnica do cornetim. Nascia ali o trompetista que iria encantar o mundo com sua performance inconfundível, que até Miles Davis, a antítese de Louis como intérprete, disse certa vez: “Não se pode tocar nada num pistão que Louis não tenha tocado”. Talvez, saber que Joe Oliver tenha terminando a carreira como vendedor de frutas, tenha motivado Armstrong, já homem rico, trabalhar até o final da vida, morando modestamente com a esposa Lucille, numa casa de 12 cômodos, num modesto subúrbio de Nova York. Mas, o mais provável ainda é que a verdadeira razão fosse simplesmente porque adorasse tocar.



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