Resumo de A RELIQUIA - Eça de Queiros

Eça De Queiros preparou um cenário a fim de explorar assuntos inesgotáveis: a religiosidade, a hipocrisia, a consciência e o egoísmo.
Toda história cujo contexto, tema ou assunto, resista ao tempo, tornar-se-á eternea.
Quando o autor escreveu esta história, em 1887, morava na Inglaterra.
O leitor logo se pergunta: A Relíquia é um objeto? Sim! É um objeto e porenquanto uma incógnita, um enigma, e será construído face a hipocrisia, o egoísmo, do protagonista; Teodorico Raposo. Desde já tem aspecto enigmático para o leitor.
É narrado em primeira pessoa. Ele é o herdeiro natural da fortuna da tia TITI. A tia é carola, beata. Tem o amor como coisa suja. Pretende que o sobrinho siga seu exemp0lo, Abomine rabo de saia. Goste dos assuntos ligados ao catolicismo. Ele finge ser um devoto das coisas ligadas a Igreja para agradar, para obedecer a Tia. Tal comportamento está fora dos seus propósitos. É contra sua vontade, mas obedece-a ou finge obedece-la Seu interesse está na herança. Assim, procura enganar os amigos da casa, a tia e a si próprio. Com isso, ganha o patrocínio de uma viagem a Jerusalém.
Na Terra Santa precisará comprovar sua devoção, e atender os desígnios da Tia;
Antes de conviver com os fatos históricos tinha usufruído das carícias, dos amores da Adélia e ainda conheceu e desfrutou a companhia de outra prostituta, a Miss Mary, a M.M. (Iniciais de Maria Madalena) Guardou consigo uma camisola dessa Miss Mary. Esse objeto o acompanha por toda viagem.
Na Terra Santa é guiado por um cicerone, por um alemão, um cientista, um arqueólogo, conhecedor dos lugares sagrados, dos fatos históricos, dos tempos de Jesus Cristo.
Para “conviver” para descrever os principais acontecimentos daquela época, ocorridos há 2.000 anos atrás, voltaram no tempo. Assim, resumindo a história, desprezando os detalhes, as minúcias muito ao gosto do autor, teremos o tempo presente e teremos um passado remoto.
Teodorico escolhe para presentear a Tia um madeiro, a cruz que representa a crucificação de Cristo, alguns pregos enferrujados... e principalmente uma relíquia: uma coroa de espinhos tal qual aquela que manchou, machucou, o semblante de Cristo.
Chegado o dia de voltar para Portugal, após as peripécias, embalou os objetos, as tais relíquias, num caixote, juntamente com a camisola já embrulhada, vestígios de seus amores com Miss Mary, a M.M.
Antecipando os acontecimentos, na presença da Tia e de testemunhas, por capricho do destino, o primeiro objeto a ser desembrulhado foi a camisola da Miss Mary. Esse descuido revelava as “relalhações” os rabos de saia conquistado pelo sobrinho, atos condenáveis por sua Tia, como já vimos.
A troca dos embrulhos comprometeu, portanto, o destino da herança. O sobrinho foi posto fora de casa, foi posto na rua, como prometido.
Agora teria que sobreviver sem o amparo da Tia. Passou grandes necessidades, morando em pensões de baixo custo, vendendo as bugigangas trazidas de Jerusalém.
Aqui cabe aquela máxima: Depois da tempestade vem a bonança ou: a males que vem para o bem. Procurando uma explicação para o seu infortúnio, nosso herói, é levado a refletir frente ao crucifixo, como se conversasse com Ele. Ouvia sua consciência, via o quanto tinha sido hipócrita quando só pensava na herança, tendo o restante como pura perda de tempo. Sua devoção era falsa como falsa era a coroa de espinhos.
A herança, com a morte da Tia, foi destinada a Igreja, e a um Padre. E para o sobrinho? Para ele óculos. Óculos para que enchergasse a herança?
O desfecho se aproxima e culmina com um final feliz para satisfação do leitor.
Um colega de Teodorico dos tempos de faculdade, voltou ao cenário, e lhe ofereceu trabalho em sua empresa. Casa-se com a irmã desse colega, uma zaroia, ou estrábica. Prospera. Prosperou tanto que teve meios para adquirir a propriedade doada ao Padre que lhe cabia por direito de herança.

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