Resumo de Corpo de batedor de pênalti revela para que lado ele vai chutar

Corpo de batedor de pênalti revela para que lado ele vai chutar

Estudo mostra por que melhores goleiros se jogam para o lado certo na hora da cobrança.

O segredo dos melhores goleiros para saber para que lado o jogador
chutará a bola é observar os ângulos do pé de apoio e do quadril

Um segundo antes de o pé do jogador bater um pênalti, seu corpo acaba revelando se ele vai chutar para a esquerda ou para a direita, revelou, nesta quinta-feira (24), um estudo do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos.

A descoberta pode explicar por que os melhores goleiros conseguem se jogar para o lado certo antes do pênalti, além de apontar caminhos para melhorar o jeito como os jogadores chutam e os goleiros reagem.

A pesquisa, realizada pelo estudante de doutorado Gabriel Diaz, usou a tecnologia de captura de movimentos e a análise de computador para identificar cinco indicadores precoces da direção em que a bola será chutada.

Diaz disse que a pesquisa surgiu de uma observação de chutes de pênaltis, em que o jogador mira o lado direito ou esquerdo do gol enquanto tenta esconder sua escolha do goleiro.

Segundo o pesquisador, “quando um goleiro enfrenta um pênalti, ele não pode esperar até que a bola esteja no ar para decidir se pula para a esquerda ou para a direita; uma boa cobrança vai superá-lo”.

- Por isso é que a gente vê goleiros pulando antes que o pé atinja a bola. Eu queria saber se eles estão tomando decisões melhores do que a sorte (50% de chances de acertar) e que tipo de informações estão usando para escolher o lado.

Diaz testou 27 indicadores potenciais da direção de um chute – 12 tirados da literatura esportiva e 15 de análises dos chutes, feitas por computador – e identificou cinco deles como os mais confiáveis para dizer em que direção a bola irá.

Ângulo do pé de apoio e do quadril são indicadores confiáveis da direção do chute

Na segunda parte da pesquisa, Diaz mostrou que quatro dos cinco indicadores são usados por pessoas capazes de prever a direção do chute antes que o pé atinja a bola.

O pesquisador usou câmeras, sensores e softwares do laboratório da universidade para gravar os movimentos de três bons batedores de pênalti da instituição.

Mais de 40 sensores colocados nas 19 principais articulações do corpo e na bola gravaram os movimentos dos jogadores enquanto se posicionavam atrás da bola, davam dois passos e chutavam tanto para um lado como para o outro do gol. Diaz gravou 126 chutes, metade para a direita, metade para a esquerda. Depois, ele testou os dados coletados e os comparou com os 27 indicadores potenciais.

Doze dos indicadores – como os ângulos do pé e a parte superior da perna que chuta – eram movimentos destacados por treinadores de futebol. Dois deles – o ângulo em que o pé de apoio fica plantado no chão e o ângulo do quadril enquanto o pé que chuta se move para a frente – são indicadores confiáveis da direção do chute.

Na segunda experiência, Diaz mostrou uma animação dos dados de movimentos capturados para um grupo de 31 pessoas e pediu a elas que escolhessem em que direção achavam que a bola iria. Na animação, cada articulação do corpo é representada por um ponto, e o movimento do corpo é facilmente reconhecível.

A animação vai do momento em que o jogador está parado atrás da bola até quando o pé a atinge. Quando a tela ficava preta, os voluntários apertavam um botão à direita ou à esquerda dela, indicando em que direção acreditavam que a bola tinha ido.

Dos 31 voluntários, todos novatos na tarefa, 15 não foram capazes fazer pontos acima da sorte (50% de chances), mesmo quando tinham um segundo e meio depois da cena para decidir o que aconteceria. Mas os outros 16 se deram melhor do que a sorte.

O pesquisador descobriu quatro fontes confiáveis relacionadas aos julgamentos dos voluntários. Outra descoberta foi a de que os 16 voluntários bem sucedidos esperaram mais tempo do que os outros 15 para fazer suas escolhas. Segundo Diaz, há uma clara relação entre o tempo de resposta e o desempenho.

Agora, o pesquisador quer criar um método para ajudar as pessoas a prestar atenção nos indicadores mais confiáveis da direção do chute. Ele também quer saber se os goleiros profissionais se sairão melhor do que os novatos na tarefa.

Estudos parecidos usando imagens de chutes de pênalti entre goleiros profissionais mostraram que nem todos os jogadores profissionais são melhores do que os novatos.

Segundo Diaz, apenas alguns são melhores do que a média, por isso quero saber o que eles fazem melhor do que os novatos.

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