O MACACO E A COBRA - fábulas
(ESOPO)
A fábula era mais resumida. Dando mais detalhes sem mudar o enredo, vamos lá. Era uma vez uma dupla de Macacos que viviam pregando peças um ao outro. Um dia o primeiro Macaco fez uma maquiagem na ponta do rabo usando fortes resinas de pinheiros. Ficou tão perfeito o arranjo dos pêlos da ponta da cauda, que simulou a cabeça de uma cobra. Pêlos arredondados à frente simulavam com a resina escura o focinho e a boca aberta. Outros pêlos com resina branca simulavam longas presas. Duas sementes de leguminosas eram olhos salientes. Esperou que seu amigo estivesse dormindo enrolado sobre si em forquilha de árvore, colocou-se acima dele e depois de ver que sua "Cobra" alcançava a cara do amigo, assobiou como cobra quase no ouvido e esperou a reação. O susto foi tão forte que ele veio rolando ao chão. Ainda assustado, viu seu amigo gozador fugindo árvore acima e ainda pensou que era cobra mesmo, que o malvado havia morto e estava levando nas mãos. Escondeu-se nas folhagens e pensou em vingar-se. Foi ao ribeirão e com uma rãzinha amarrada por um cipó pescou uma cobra que queria levar viva para o outro. No caminho, acabou levando uma picada e se não morreu, faltou pouco. Esopo não o conta nem conheço outras versões. Os narradores só apresentam a moral - Quem quer vingar-se com excesso, pode sair-se mal. REVISÃO – A conclusão dos fabulistas está um pouco exagerada ao falar de vingança, pois o enredo fala em brincadeiras de pregar peças. Talvez coubesse de modo mais apropriado compreender que a brincadeira se havia tornado perigosa e explicar que as Sombras pregam peças sempre mais pesadas e são elas que induzem as mentes a atitudes perigosas dentro de brincadeiras também.
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