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Que língua você fala?
(Jairo M.)

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Que língua você fala?

Dentro desse universo paralelo em que vive o povo com deficiência uma característica impera: a diversidade. O corpo do ‘serumano’ é de uma complexidade formidável, logo, quando a gente se trumbica os reflexos para a vida são diferentes de uma pessoa para outra.

Assim, não adianta um “infiltrado” pensar que um cadeirante tem as mesmas limitações, que um cego tem a mesma falta de sensibilidade à luz, que um surdo se comunica sempre de uma mesma maneira.... nós, os “matrixianos”, somos uma fauna riquíssima de esgualepações... Rindo a toa

Mesmo, por exemplo, os tetraplégicos (que são lascados do pescoço para baixo, grosso modo falando), os tetrões Beijo, possuem diferenciações em suas capacidades de movimento. Uns atuam com os braços com uma determinada desenvoltura outros com menos ou com mais firmeza e por ai vai.

Tudo vai depender dos estímulos que o ‘malacado’ recebeu durante sua reabilitação, do tipo de lesão que sofreu ou da doença que contraiu ou da fase da vida que entrou para o time... Legal

A diversidade, contudo, não deve ser vista como mais uma barreira para não contribuir com uma sociedade mais plural, mais justa e acessível para todos. Às vezes, escuto gente falando que “não dá pra” pra integrar os “dificientes” porque cada um precisa de algo diferente...

Também não é assim, né? Existem pontos comuns e são nesses pontos que a gente se encontra e se inclui..

Dentro dessa discussão sobre diversidade, publico hoje mais uma contribuição de Lak Lobato, já famosa nas internets por estar fazendo uma revolução no debate sobre a surdez com o seu diário “Desculpe, não ouvi”.

Lakinha, que tem uma ligação umbilical com o “Assim como Você”, escreve sobre a diferença entre falar por meio de “Líbras” (com aqueles gestos com as mãos Muito feliz) ou ser “oralizado” (que consegue falar por meio da voz, mesmo sendo surdo). É uma aula e tanto!

Sorte

Muita gente acha que surdos oralizados são contra a Líbras. Não somos! Ela é essencial no universo da deficiência auditiva. Oralização obrigatória de surdos soa mais ou menos como exigir que todo deficiente físico ande com muletas. Não são todos que têm condições e nem todos que conseguem. E, mais importante, nem todos preferem.

A Líbras ser reconhecida como idioma oficial é uma vitória e tanto para as pessoas com deficiência porque significa, antes de tudo, respeito à compleição individual humana.

Muitos falam que a Líbras é a língua natural do surdo. E ela realmente é, mas a maneira como propõem isso, soa equivocado. Não é a Líbras com sua morfologia, sintaxe, conjugação que é universal e natural, mas a linguagem através dos gestos. Isso é natural e comum de parcela significativa dos surdos de nascença ou perilinguais (quando perde-se a audição em fase crítica de aquisição da fala) não oralizados.

O problema é que a ordem das frases, o significado dos gestos, varia conforme o idioma (leia-se Libras = Língua Brasileira de Sinais, ASL = American Sign Language, LSF Langue des Signes Française, etc). Portanto, é natural, mas não universal. E, por mais que ouvinte cisme que deveria ser universal, soa absolutamente utópico exigir que gente que nunca se viu e nunca terá contato fale exatamente igual. Mesmo os gestos tidos como "universais" variam muito.

O problema é que nem todo deficiente auditivo é surdo de nascença. E nem todo deficiente auditivo precisa da língua de sinais somente. E um surdo adquirido também pode abraçar a Líbras e torná-la sua língua usual.

E nem todo surdo ao nascer fala somente por sinais, há famílias que acreditam e preferem a oralização, algo que vem sendo bastante facilitado pela divulgação do Implante Coclear (para saber mais, clique aqui!), embora ele não sirva para 100% dos casos de surdez.

Costumo dizer que eu represento mais os "ensurdecidos" do que os surdos propriamente ditos. Por isso, eu bato sempre o pé quando digo que confundir deficiência auditiva e Libras é parcialmente equivocado. A diversidade dentro da Deficiência Auditiva é imensa.

Muito deficiente auditivo, mesmo profundo, tem o português como primeiro idioma e isso deve ser tão respeitado quanto aquele que tem a Líbras como língua principal.

Achei muito bacana me deparar com uma exposição que, em vez do símbolo internacional da surdez, usou o símbolo da Líbras. Perfeito. Quer dizer que é acessível para os usuários da Líbras, não para todo e qualquer deficiente auditivo - especialmente porque nem todo deficiente auditivo precisa de interprete em exposições, muitas vez, o texto transcrito em português já nos basta.

Existe também um sinal digital que tem uma frequência enviada específica para as próteses auditivas. No Brasil não é muito comum, mas nalguns outros países sim. Por isso, dizer que algo é acessível a deficientes auditivos pode soar mais amplo do que é de fato, quando a única adaptação disponível é apenas a Líbras.



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