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Bndes promove farra de empréstimos
(Agência Estado)

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BNDES promove farra de empréstimos

Desembolso em maio foi de 10,4 bilhões de reais – 72% superior ao liberado no mesmo mês de 2009. O crescimento impacta diretamente as contas do Tesouro


Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram 10,4 bilhões de reais em maio, valor 72% superior aos 6 bilhões de reais liberados em maio de 2009, informou a instituição em nota divulgada nesta quinta-feira. No acumulado de janeiro a maio de 2010, os desembolsos totalizaram 46 bilhões de reais, com alta de 41% na comparação com igual período do ano passado.

No acumulado do ano, houve crescimento dos desembolsos em todos os setores da economia – agropecuária, indústria, infraestrutura, comércio e serviços. A área de infraestrutura respondeu por 41% dos empréstimos do banco nos primeiros cinco meses de 2010, com total de 18,6 bilhões de reais. A indústria, com 29% das liberações globais, absorveu 13,3 bilhões de reais em financiamentos no período. Já ao setor de comércio e serviços foram desembolsados 9,8 bilhões de reais (21% do total). À agropecuária foram concedidos 4,2 bilhões de reais (participação de 9%).

Na nota, o banco credita ao BNDES PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos), “programa criado pelo governo federal em julho do ano passado para impulsionar o crescimento por meio do aumento dos investimentos", o crescimento dos desembolsos.

Tesouro – A despeito da maior demanda por parte das empresas por financiamento de seus investimentos, dado o forte aquecimento da economia, e da disposição do BNDES em conceder esses recursos, chama a atenção o peso desta decisão para as contas do governo. Precisando se capitalizar, o BNDES tem recorrido ao Tesouro Nacional, o qual lhe empresta recursos com remuneração menor do que o custo de captação no mercado. O prejuízo com estas operações tem prejudicado seu desempenho no campo fiscal. Foi o Tesouro o principal responsável pelo déficit de 509,7 milhões de reais do governo central (que engloba, além dele, a Previdência Social e o Banco Central) em maio, o pior resultado para o mês em 11 anos.

Analistas têm alertado que a atuação do banco contribui para a elevação dos juros no país. Como grande parte das empresas pega juros subsidiados, o Banco Central é obrigado a elevar a Selic do resto da economia para frear o crescimento, afirmou Carlos Eduardo Gonçalves, professor de economia da FEA/USP em recente entrevista ao jornal O Globo. Alguns especialistas apontam ainda que a forte expansão dos empréstimos do banco tem elevado de forma perigosa a dívida bruta do país, que está em 64,4% do PIB.



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