BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Recursos humanos - Organização parte 1
(rodrifinanceiro)

Publicidade
Introdução
A complexidade das múltiplas abordagens no âmbito das Ciências da Gestão certamente que terá origem nas exigências de rigor associadas às metodologias científicas inerentes ao acto de gerir, tanto quanto a gestão seja tributária de posturas e entendimentos cientificamente suportados e não seja apenas mero resultado de conhecimentos empíricos ou de senso comum. Mas certamente que tal complexidade também terá origem no facto de as Ciências da Gestão, nas suas várias dimensões, estarem focalizadas na respectiva aplicabilidade no terreno organizacional, o contexto onde se expressam e onde são validadas.
Ora, a organização, enquanto conceito, requer uma compreensão que não se reduz a uma mera definição, mas que assenta numa abordagem em constante problematização. As presentes notas pretendem chamar a atenção para este facto, esclarecendo-se desde já que não existe o propósito de esgotar a problemática organizacional enquanto teoria, mas salientar algumas abordagens com particular relevância para uma problematização do conceito de organização nas suas particulares implicações para uma das Ciências da Gestão, a Gestão dos Recursos Humanos (GRH). Portanto, problematizar o conceito de organização, nomeadamente colocando em causa algumas concepções dadas como adquiridas e que se revelam insuficientes – e mesmo inadequadas – para uma compreensão das razões que estão subjacentes a dinâmicas e lógicas comportamentais que se desenvolvem em contexto organizacional e que devem ser tidas em conta no contexto da GRH. 

Notas sobre a definição do conceito de organização
A existência de formas organizadas de actividade – tão antiga quanto a existência do ser humano societariamente organizado – que esteve na origem de importantes empreendimentos e manifestações associados à evolução da humanidade não deve ser confundida com o significado e implicações do conceito de organização, tal como hoje pode ser entendido. O conceito de organização que deve estar presente no âmbito das ciências de gestão, bem como noutras áreas do conhecimento, diz respeito às organizações que se desenvolveram com a Sociedade Industrial e acompanharam – e acompanham - as respectivas transformações. No passado, admitir-se-á a existência de estruturas que vistas da actualidade serão proto-organizacionais e que estiveram associadas a empreendimentos que, embora importantes, se desenrolaram em contextos históricos que não possibilitavam relações entre indivíduos assentes nos pressupostos que são vigentes nos dias de hoje.
As organizações resultam de agrupamentos humanos que coordenam racionalmente as respectivas actividades visando fins específicos comuns, caracterizando-se por: 
- divisão do trabalho, do poder e das responsabilidades 
- estrutura hierárquica de autoridade e responsabilidade 
- presença de um ou mais centros de poder que controlam os esforços da organização e os dirigem para os objectivos 
- pelo carácter substituível dos seus membros 
- relação contratual, ou de compromisso,
As considerações acima feitas relevam dos contributos de G. Friedmann e A. Etzionni (deve-se a este último a imprescindibilidade do carácter substituível dos membros de uma organização, para que esta possa ser considerada como tal e objecto de estudo das ciências da gestão e no seu contributo percebe-se uma diferença notável em relação a formas organizacionais do passado) para estabilizar o conceito de organização, facto que remonta apenas à segunda metade do século vinte. Todavia, é evidente o carácter meramente descritivo de tal concepção, que pode, quando muito, permitir a percepção do que caracteriza uma organização, mas não permitindo necessariamente a percepção de aspectos importantes do seu funcionamento.
Os contributos atrás referidos podem, e devem, ser acrescidos de outros que permitam um entendimento sobre o conceito de organização, antes de mais, como um sistema. Trata-se de um aspecto fundamental, pois de outra forma a organização seria entendida como um complexo e vasto conjunto de partes, perdendo-se de vista a interacção e interdependência entre estas, para além da presunção que se criaria de que, para um cabal conhecimento do seu funcionamento bastaria o estudo e compreensão de tais partes, numa óptica de que o todo organizacional seria a mera soma das partes.
Importa pois, partir da noção de sistema e de compreender que o seu núcleo assenta, primordialmente, em pessoas em interacção, actuando como grupo que desenvolve estratégias para atingir fins específicos. Para tal, hierarquizam-se em função de diferentes níveis de autoridade e de responsabilidade, de forma a interagirem no sentido de melhor alcançarem os objectivos a que se propõem. Esta interacção pode processar-se formal e informalmente, em sistemas e processos de trabalho, bem como em 
processos de gestão, inserindo-se numa estrutura, que, em princípio deverá possuir uma configuração adequada às actividades desenvolvidas. À liderança da organização cabe promover a confluência das múltiplas acções individuais em ordem a possibilitar que os objectivos operacionais conduzam à exequibilidade dos objectivos estratégicos, em suma, decidir e dirigir em conformidade com a estratégia.
Por outro lado, e em conformidade com o conceito de organização enquanto sistema aberto, deve assinalar-se que da forma como as pessoas se interrelacionam e como se articulam as relações entre os níveis de decisão e de operacionalização, num processo que não é apenas intrínseco à organização, mas que também decorre da constante troca de fluxos com o meio envolvente, desenvolve-se uma postura decorrente de ideias, crenças e valores que constituem a cultura organizacional e que, de alguma forma, traduzem as características dos meios (físicos, tecnológicos, financeiros, humanos, etc.) através dos quais a organização implementa as suas actividades.
A figura seguinte ilustra as afirmações feitas acerca da concepção organizacional de base, salientando-se a estreita interdependência e interinfluência entre as diferentes dimensões.



Resumos Relacionados


- Recursos Humanos Parte 5

- Recursos Humanos Parte 3

- Recursos Humanos Parte 2

- Políticas E EstratÉgias Atuais: GestÃo De Pessoas

- Processo De Administração



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia