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Recursos humanos parte 6
(rodrifinanceiro)

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continuação da parte 5
Acerca deste último aspecto, a influência das culturas nacionais, salienta-se a importância dos trabalhos de Geert Hofstede, que assinalam as dimensões da cultura nacional a ter em conta pela gestão, sob pena de poderem ter um desempenho agravado. Entre as várias dimensões da cultura nacional referidas pelo autor, salientam-se, sinteticamente, as seguintes:
- Distância hierárquica
Grau em que a sociedade aceita a desigualdade de poder no seu seio.
- Individualismo vs. colectivismo 

Predominância na sociedade de valores associados aos interesses individuais, por oposição aos interesses grupais; favorecimento dos valores inerentes à liberdade individual em detrimento dos valores igualitários; reconhecimento da importância do indivíduo em função das suas competências específicas, mais do que pela importância decorrente de pertencer a um determinado grupo; primado da tarefa sobre a relação, ao invés da relação sobre a tarefa, etc.
- Masculinidade vs. feminilidade
Predomínio dos valores associados ao sucesso do desempenho individual em detrimento de posturas solidárias; luta pela remuneração mais elevada e pelo reconhecimento do mérito, mais importantes que o bem-estar e a cooperação; a importância do desafio e do risco como estímulo, por oposição à segurança, etc.
- Controlo da incerteza
Grau em que a sociedade exige, ou necessita, de controlar a incerteza, na medida em que esta, sendo inevitável, constitui uma ameaça. Uma sociedade com elevado controlo da incerteza significa que convive mal com a diferença, com o improviso, com o informal, exigindo a normatividade nos procedimentos.
As referências a Hofstede surgiram naturalmente no contexto da alusão à importância das culturas nacionais salientadas pelas abordagens contingenciais, mas estas encontram, também, noutros factores justificações importantes para a sua pertinência. É o caso das profundas alterações que se produzem em três factores particularmente críticos da envolvente: no mercado, na tecnologia e nas pessoas. 

No mercado que, de indiferenciado nos seus primórdios, passou, ao longo do séc. XX, por fases de crescente segmentação, até chegar à noção de segmento que se confunde com a de indivíduo, isto é, como acontece já nalguns sectores, cada um de nós será um potencial segmento de mercado.
Na tecnologia que, apesar de ter conhecido mudanças profundas e originado crises sociais graves, possibilitou processos de adaptação que permitiram o avanço da Sociedade Industrial, ao contrário do que se passa nos dias de hoje em que os tempos de adaptação coincidem com novas alterações, exigindo novos esforços de adaptação, nem sempre bem sucedidos.
Finalmente, as pessoas são um importante factor de perturbação pela forma como reagem a uma envolvente caracterizada pela complexidade e ambiguidade, ao procederem, optarem e decidirem de forma não menos complexa e ambígua, em função dos diferentes, e por vezes antagónicos, papéis que desenvolvem, seja enquanto vítimas de lógicas sociais e económicas, entre outras, que comprovadamente afectam a autonomia e a capacidade de intervenção crescentemente reivindicadas pelos sujeitos, seja, ainda, enquanto actores com responsabilidades directas e indirectas em processos que animam e desenvolvem tais lógicas e potenciam os efeitos perversos das mesmas.
As afirmações até aqui feitas dizem respeito, não só às organizações de tipo empresarial, isto é, que visam explicitamente o lucro como condição da sua sustentabilidade e até razão de ser – embora neste último aspecto muito haverá por esclarecer, até porque o lucro como única e exclusiva razão de ser poderá afectar a sustentabilidade – mas, também, às organizações que não subordinam a respectiva existência à mera obtenção de lucro, as organizações sem fins lucrativos – apesar de não poderem desdenhar o lucro ou outras 
mais-valias que lhes permitam obter receitas acima das respectivas despesas, sob pena de comprometerem a respectiva actividade e os fins para os quais foram criadas. Umas e outras são objecto das ciências da gestão, no pressuposto de que em todas se verificam fenómenos análogos, seja nos comportamentos individuais, seja nas exigências decorrentes da gestão das respectivas dimensões.
Bibliografia
Bertrand, Yves e Guillemet, Patirck, Organizações: Uma Abordagem
Sistémica, Lisboa, Ed. Inst. Piaget, 1994
Brunsson, Nils, A Organização Hipócrita, Porto, Ed. Asa, 2002
Clegg, Stewart R. As Organizações Modernas, Oeiras, Ed. Celta, 1998
Crozier, Michel, A Empresa À Escuta, Lisboa, Ed. Inst. Piaget, 2000
Fragata, José e Martins, Luís, O Erro Em Medicina, Coimbra, Ed. Almedina,
2004
Hofstede, Geert, Culturas e Organizações – compreender a nossa
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Morgan, Gareth, Imagens da Organização, S. Paulo, Ed. Atlas, 1997
Pereira, Orlindo Gouveia, Fundamentos de Comportamento Organizacional,
Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 2004
Weick, Karl E. Sensemaking in Organizations, USA, Ed.Sage Publications,
1995



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