1984
(Geroge Orwell)
Sem dúvida, uma ainda atual e profética crítica à sociedade atual.
Com magistral habilidade literária Orwell nos apresenta uma realidade futurista onde tudo e todos são não só observados, mas também e principalmente manipulados em prol dos interesses de um Partido controlador, absoluto e infalível que controla, além do presente,o passado, adulterando documentos, fotografias etc. tornando o Partido certo em todas as suas ações hoje, ontem e sempre. O Grande Irmão nos é apresentado em forma de "teletelas" que estavam em quase todas as residências, praças, prédios públicos etc. Esses equipamentos tinham a capacidade de transmitir sons e imagens, mas a principal função era justamente o contrário; a habilidade de capturar tudo o que acontecia no recinto, som e imagem. Não se sabia quando se estava sendo observado ou ouvido, o que se sabia e que alguém do outro lado podia estar atentamente observando e escutando a procura de qualquer sintoma de revolta ou contragosto em relação a filosofia do partido, simples expressões podiam delatar um potencial militante da revolta contra o sistema e as pessoas viviam o tempo todo sob os olhos do Grande Irmão.
Apesar de toda a riqueza de detalhes e a elaboração de toda a sistemática impressionante dessa realidade, Orwell consegue se destacar, principalmente, quando narra os diálogos e pensamentos dos personagens que enriquecem inteligentemente a trama e nos insere magicamente no universo vivido pelo protagonista.
É o tipo de literatura que precisa ser digerida calmamente e, não raro, parei de ler para refletir no que tinha acabado de ler. É o tipo de livro que lhe tira pequenos sorrisos em meio a leitura, mas que também transmite certas situações horrorosas tão fielmente que fica difícil não sofrer com os que sofrem na história.
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