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A ponte dos suspiros
(Fernando Capos)

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  Há os que dizem que sim e os que dizem que não. Ambos acreditam na verdade, ainda hoje. Ele morreu? Não morreu? Regressou disfarçado ao reino, depois do destroço da batalha, e andou por aí, envergonhado, a ouvir o que diziamde si? Um rei envergonhado, humilhado, arrependido, escondido, de tanta doidice que a sua orgulhosa juventude provocou até à perda da pátria. Onde se vira tal na história do mundo? Um império desfeito, abocanhado pela ambição das nações poderosas ...

O ficcionista não tem de acreditar, não tem de argumentar, aduzir provas. Tem de fingir que acredita e tentar levar os leitores durante os instantes da leitura, a aderirem àquele fingimento ... apesar de ser verdade que um dia, em Sanlúcar, Filipe III mandou enforcar e espotejar e lançar aos cães um que dizia ser ele ... apesar de ser verdade que ... e que ..



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