Como Escrever Roteiros de Maldição Cigana
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Como Escrever Roteiros de Maldição Cigana
Certos clichês podem dar um ótimo roteiro para filmes. De tanto assisti-los, elaborei esse esquema para se produzir um filme ou livro de maldição cigana (ou de qualquer outra cultura exótica):
1) Na vida do herói ou heroína, tudo está correndo às mil maravilhas, até que, ao desejar muito alguma coisa, aparece um cigano(a), geralmente idoso, de aspecto repugnante, que o obriga a cometer uma injustiça (exagere!).
2) Graças a uma armação das autoridades, ou a uma posição privilegiada que ocupa, ou devido ao preconceito contra os ciganos, o mocinho sai livre e a injustiça fica impune.
3) O cigano(a) aparece e lança uma maldição levando consigo algo pessoal do mocinho(a). O galã passa a sofrer terrivelmente, seja sendo perseguido por pesadelos, demônios, fantasmas ou adoecendo de um mal repulsivo e asqueroso, obviamente segue-se o desmoronamento completo da sua vida. Coloque perda de emprego, abandono da pessoa amada, ruína social, familiar e financeira. Tempere a gosto com muitas humilhações.
4) Finalmente, quando a esperança ameaça abandoná-lo ao tentar se matar de alguma forma, o herói(!) descobre um mago, curandeiro, guru indiano ou alguém ainda mais esquisito que o cigano para ajudá-lo(?). A ajuda é recheada de tiros pela culatra. Afinal, o mocinho descobre que o jeito é passar a bola para frente, em um tipo de brincadeira de barra-manteiga. Sua consciência dói, mas é melhor que outro sofra. E lá vem mais um teste da condição humana demonstrando que, ao final, somos capazes de infringir o mal ao próximo: antes ele que eu!
5) Um golpe de sorte faz com que o mocinho lance a desdita sobre um chefe odioso, ou sobre um vizinho implicante, ou até o devolva ao cigano. Lembre-se de colocar para receber a maldição alguém que realmente faça por merecer.
6) Ufa! O mocinho se acha livre da maldição até que, no último instante, algo dá errado. Ocorre uma troca involuntária de objetos, ou de pessoas, através de uma situação banal. Quando percebe alguém que ama muito, ou ele mesmo, está de posse da maldição cigana.
7) A praga se abate sobre ele terrivelmente e o cigano vence. Nunca deixe o mocinho vencer, nesses casos, o mal tem que lhe causar prejuízo como punição pela sua falta de caráter, despudor, preconceito, etc.
A técnica não falha! Agora, publique e venda muuuito!
(Os: o autor declara ser esse um texto de caráter lúdico e humorístico não tendo nada contra os ciganos, nem contra nenhuma tradição exótica, vodu ou alienígena!)
(os2: o autor também declara que gostaria de ser levado a sério, mas não consegue!)
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