Polícia ouve pessoas que estiveram com Madoff mineiro antes da fuga
(Uai!)
Duas mulheres que serviram de acompanhantes ao investidor Thales Emanuelle Maioline, dono da Firv, na última vez em que foi visto antes de sumir com R$ 50 milhões de investidores, estão com depoimento marcado para esta terça-feira na Delegacia Especializada no Combate a Defraudações e Falsificações de Belo Horizonte. Elas teriam ido com Maioline a São Paulo e se hospedado no mesmo hotel na semana anterior à fuga. Segunda-feira, o delegado Anselmo Gusmão ouviu o depoimento do motorista da família, Rogério, que também acompanhou o percurso e adiantou detalhes do desaparecimento do investidor, que está sendo comparado ao ex-operador de Wall Street Bernard Madoff, acusado de controlar esquema bilionário de pirâmide financeira nos Estados Unidos.
Motorista da família há dois anos, Rogério informou que havia sido contratado para acompanhar o grupo de terça a sexta-feira a São Paulo, de 20 a 23 de julho. Neste último dia, haveria reunião de negócios com investidores paulistanos, o que não chegou a acontecer. Na manhã de sexta-feira, Maioline mudou os planos. As mulheres seguiriam na frente com o motorista, de carro, e ele ficaria sozinho em SP e embarcaria depois, de avião. Dispensou o motorista, alegando que iria negociar com uma pessoa que estava vindo de Sertãozinho e, assim que fosse concluída a negociação, retornaria de avião para BH. No mesmo dia, às 16h, tinha encontro marcado com investidores na sede do Firv, em BH.
Nos dias anteriores, Maioline teria usado os serviços do motorista na terça-feira, quando apanhou as moças oriundas da cidade de Pará de Minas e o próprio investidor, conduzindo o grupo a SP. Eles chegaram na capital paulista já de noite e seguiram direto para o Hotel Norbert. No dia seguinte, sem serviço, o motorista foi liberado para passar o dia na casa dos próprios pais adotivos, em SP. Na quinta-feira, o grupo passou o dia fazendo compras de roupas e comida no shopping center e no supermercado. Na sexta-feira, Maioline fechou a conta no hotel. Pediu na recepção a indicação de um táxi. Foi visto pela última vez de calça jeans, blazer preto e sapatos sociais em direção ao Terminal Rodoviário do Tietê.
O depoimento do motorista confere com as informações já prestadas pela irmã e sócia de Maioline, Ianny Márcia Maioline. No sábado, ao saber do sumiço do investidor, ela contratou os serviços do mesmo motorista. Ele conduziu Ianny até SP, onde ela refez os passos do irmão e, ao verificar que ele havia deixado para trás a mala com roupas, decidiu registrar o seu desaparecimento em boletim de ocorrência na delegacia local. Indagada sobre o negócio, Ianny relatou ter empresas em diversos segmentos, sendo elas a Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros Ltda., redes de restaurantes, Forte Segurança Patrimonial e locação de veículos de carga.
Primeiros a depor perante inquérito que apura crime de estelionato, Ianny e o administrador Oséias Marques Ventura podem vir a testemunhar nesta terça-feira, novamente. Ela é suspeita de ter movimentado, depois do desaparecimento do irmão, quantia de R$ 1,1 milhão da conta da Firv para a empresa registrada em nome dela e do marido.
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