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Polícia soube da fraude há três meses e deixou Madoff mineiro escapar
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A Polícia Civil de Minas Gerais já sabia da suspeita de crime de estelionato envolvendo a Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros Ltda desde 28 de abril, exatos 87 dias antes da fuga do empresário Thales Emanuelle Maioline, de 34 anos, que foi dado como desaparecido em 23 de julho. Ele teria fugido com R$ 50 milhões de cerca de 2 mil investidores de 14 cidades, incluindo Belo Horizonte, Itabirito e Itabira. Até terça-feira, o suposto golpista não havia sido indiciado nem teve sua prisão preventiva decretada pela polícia e nem pela Justiça.

Há praticamente três meses, a Delegacia Especializada no Combate a Defraudações e Falsificações de Belo Horizonte foi comunicada sobre a queixa-crime aberta contra o Firv, em ofício do delegado de Araçuaí, Bernardo Pena Sales. Com base em denúncia anônima, o ofício foi encaminhado pelo delegado daquela cidade, localizada na Região do Vale do Jequitinhonha, onde funcionava um núcleo do Firv e de onde se origina a família do investidor Maioline, sócia do fundo de investimentos.

No documento, o delegado levantava a suspeita sobre a atuação do Firv, que atuava na bolsa de valores sem ter registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de prometer rendimento pré-determinado no Fundo de Capitalização Ficap. Conforme consta do ofício, tal prática é vedada pela instrução 409/2004 da CVM. No material, é incluída ainda cópia do material publicitário do Firv.

Naquela data, 28 de abril, a investigação foi repassada de Araçuaí para Belo Horizonte, onde funcionava a sede do Firv, no Bairro Buritis, Região Oeste da capital mineira. A delegacia, contudo, só abriiu inquérito para apurar indícios de um possível estelionato em curso no dia 11 de julho (que caiu em um domingo), 12 dias antes da consumação da fuga do cabeça do fundo de investimentos, Thales Maioline. E somente na terça-feira decidiu ouvir as primeiras testemunhas do caso num segundo inquérito. “A polícia preventiva é a Militar (PM). A Polícia Civil só investiga o que já foi feito, depois que as pessoas já foram enganadas. Não há como evitar a fuga de um golpista com base em uma denúncia anônima e vaga sobre uma pessoa que ficou quatro anos dando golpe”, protestou uma delegada que participou do primeiro inquérito.

Desde terça-feira, o caso do Madoff mineiro (comparado ao investidor de Wall Street, Bernard Madoff, acusado de comandar esquema bilionário de pirâmide financeira nos Estados Unidos) passou a ser centralizado nas mãos do delegado Anselmo Gusmão. Sem saber que a colega já estava investigando o caso, Gusmão recebeu a denúncia de 12 investidores de BH, que foram à delegacia representar contra o golpista na terça-feira, 27 de julho, semana seguinte ao desaparecimento de Maioline. “Não faço nenhuma questão de conduzir um inquérito trabalhoso como este. Já promovi o inquérito à chefia, que decide quem vai ficar no caso”, diz.

Em menos de uma semana, Gusmão já ouviu 25 testemunhas e encaminhou o inquérito para a Justiça, que já determinou o bloqueio das contas do ex-investidor e dos sócios – que, por sua vez, receberam procuração para responder pela empresa, sendo a irmã dele Ianny Márcia Maioline e o administrador Oséias Marques Ventura. Na terça-feira, os dois compareceram novamente à delegacia, onde iriam prestar novos depoimentos dentro do inquérito antigo. Segundo o advogado Moisés Arcanjo de Assis, eles se limitaram a ratificar o que havia sido dito no segundo inquérito.

A reportagem do Estado de Minas conseguiu falar com a última pessoa que esteve com o investidor antes da sua fuga, na tarde de sexta-feira de 23 de julho. O motorista de táxi Nilson (o sobrenome foi preservado) afirma ter deixado Maioline na rodoviária de São Paulo, mas não pode garantir que ele embarcou em algum ônibus. “Ele estava tranquilo e conversou sobre o clima, como um passageiro normal. Não sei se ele tinha dinheiro”, diz.



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