Como Bartolomeu Dias abriu a Rota Marítima para a Índia
(Dr. Adérito Tavares)
Em 1488, o Rei D. João II incumbiu Bartolomeu Dias de descobrir se o Oceano Atlântico estava ligado ao Índico. A pretensão do rei era estabelecer uma rota marítima directa ao subcontinente indiano, circum-navegando a África.
A sul das Canárias, Bartolomeu Dias, que comandava duas caravelas e um navio de provisões, navegou à vista da costa até chegar à foz do rio Orange, no Sudoeste do continente. Ai foi empurrado por temporais para Sul. Quando estes amenizaram, 13 dias depois, o vento dominante era de Oeste. Contudo, quando os navios rumaram a terra, tudo o que encontraram foi o mar largo, o que levou a alterar o rumo para Norte.
Quando finalmente, fundearam na baía que é hoje Mosselbaaí, Dias apercebeu-se de que África ficava agora para Norte e concluíu que dobrara o limite Sul desta. Continuou a navegar ao longo da costa para Leste, a fim de ter a certeza de que encontrava a passagem para a Índia, até que chegou a um curso de água a que deu o nome de Rio do Infante, actualmente, Great Fish River.
Dias consultou os outros oficiais. As tripulações ameaçaram amotinar-se – nenhum outro navio europeu chegara tão longe – e foi decidido voltar a Portugal. No regresso, como navegaram junto à costa, avistaram o Cabo, dois promontórios encimados por picos que atingiam cerca de 250m. Bartolomeu Dias apelidou-os de Cabo das Tormentas. Pouco mais de 16 meses depois do início de viagem, Dias fundeava no Porto de Lisboa. D. João II não tardou a chamar ao Cabo das Tormentas “Cabo da Boa Esperança” a fim de encorajar os futuros exploradores.
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