Resumo de A caminho do desconhecido

Colombo rejubilou quando, no meio do Atlântico, o vento rodou, passando a soprar de oeste, pois durante semanas, após terem deixado San Sebastian de la Gomera, nas Canárias, a 6 de de Setembro de 1492, os navios tinham sido empurrados para ocidente.
Mesmo sendo um bom vento para as descobertas, as tripulações sentiam-se cada vez mais inquietas, com dúvidas de que alguma vez encontrassem caminho de retorno.
Subitamente, a flâmula do mastro do navio da frente tombou com o rodar do vento. O avanço tornar-se-ía mais lento¸ mas ¸como Colombo referiria depois, os tripulantes acreditaram que
O êxito da primeira viagem de Colombo ficou a dever-se à sua ousadia de navegar com os ventos predominantes pela popa.
Nenhuma das tentativas anteriores, no decurso do século, para explorar o Atlântico tivera sucesso, sobretudo porque os navios tinham assegurado o regresso à pátria navegando contra os ventos predominantes de oeste, que varriam o Atlântico até aos Açores. A força destes ventos derrotava todos os esforços para navegar à bolina para oeste, no entanto, ao zarpar das Canárias, mais a sul, Colombo torneara o problema, ao mesmo tempo que esperava encontrar os ventos de oeste na viagem de regresso.
Quando largaram de Gomera, a mais ocidental das cidades das Canárias, os navios envergavam panos redondos, os mais eficazes para ventos de popa; com ventos contrários, as velas tinham de ser deixadas quase paralelas à quilha para que os navios pudessem fazer bordos em ziguezague.
Na primeira das suas três viagens transatlânticas, Colombo contava com uma demora de cerca de um mês, período muito longo no mar alto, mas para o qual era possível um abastecimento abundante de víveres. Levavam-se para bordo biscoitos, farinha, carne e peixe salgados, vinho, azeite, vinagre, leguminosas e um queijo duro expressamente fabricado em Gomera para os navios de longo curso, além de pequenas quantidades de mel, arroz, passas e amêndoas, provisões destinadas aos doentes.
Desaconselhava-se cozinhar a bordo, devido ao risco de incêndio, embora houvesse uma lareira construída entre o lastro de pedra dos navios.
Os dormitórios era primitivos, e antes de Colombo ter visto camas de lona suspensas nas Índias Ocidentais, a maior parte dos homens dormiam no convés. A partir daí passaram a dispor de camas suspensas.
Para Colombo, o seu sucesso na arte de navegar devia-se a “uma espécie de visão profética”.
Apesar disso, procurava impressionar os seus homens com a exibição no tombadilho de mapas e novos instrumentos de navegação, como o quadrante.
Mas os seus métodos eram simples. Primeiro mantinha o rumo. Era prática habitual dos mareantes guiarem-se pela bússola, mas parece que Colombo preferia estabelecer a sua rota pelo sol e as estrelas. Embora afirmasse verificar a latitude pelo uso do quadrante, na prática calculava-a anotando o número de horas de luz e comparando os resultados com uma tabela que registava essa duração em função da latitude. Os erros do seu diário de bordo correspondem a erros detectados numa tabela da época.
Colombo precisava ainda de medir o tempo tão rigorosamente quanto possível, a fim de calcular as distâncias percorridas. Estimava a velocidade aproximada do navio olhando para as ondas desfeitas pela proa e multiplicava aquele tempo decorrido. Aos grumetes cabia a tarefa de virar as ampulhetas, Tendo Colombo mais confiança na observação das estrelas em torno da Polar, que descrevem uma rotação completa em exactamente 24h.
À medida que os dias passavam sem se avistar terra, a tenaz determinação de Colombo, impediu que os homens desesperassem. A 7 de Outubro , alterou o rumo para sudoeste, anotando a 10 desse mês que os “homens não aguentam mais”. Logo no dia seguinte os detritos a flutuarem na água aumentaram, e ao cair da noite, todos esperavam já avistar terra. Às duas da madrugada de 12 de Outubro, um vigia, no alto do mastro, soltou um grito de excitação. Foi disparado um tiro de um pequeno canhão, sinal para indicar a proximidade de terra, e nos outros navios, soaram bem alto as graças a Deus e à Virgem .

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