O Rei dos Vinhos
(Dr. Adérito Tavares)
Houve risos quando num pequeno grupo de senhoras, uma delas deu réplica espirituosa às palavras lisonjeiras de um cavalheiro. Este propôs então uma saúde. Os cortesãos elegantemente vestidos, participavam numa ceia na corte de Luís XV em 1745. Um criado enchia continuamente as taças dos convivas com vinho espumante da região de Champagne.
No século XVIII, esta região de gredas, suavemente ondulada, do Nordeste de França, começou a ter fama da terra de origem de um delicado vinho branco espumoso. Certos vinhos desta região tinham sido sempre ligeiramente espumosos, mas tal era considerado defeito e não qualidade. As bolhas eram um fenómeno natural: no tempo frio, o fermento que transformava o açucar das uvas em álcool deixava de actuar; porém quando o tempo aquecia, voltava a fazê-lo. O dióxido de carbono produzido durante esta segunda fermentação provocava bolhas no interior das garrafas fechadas.
Este processo que podia acontecer com qualquer vinho, dava-se sobretudo na Champagne, pois o seu solo gredoso continha grande quantidade de dióxido de carbono.
De todos os viticultores que, ao longo dos anos, se dedicaram à produção de um vinho branco espumoso aceitável, atribui-se a Dom Pérignon o papel principal no aperfeiçoamento da bebida no século XVII. Este religioso era mestre das caves da Abadia de Hautvilliers, na Champagne, próximo de Reims, a leste de Paris, onde abundavam as uvas Pinot, de pele preta, mas que produziam sumo branco, sendo os seus vinhos de uma cor amarelo-palha.
Dom Périggnon administrava as terras da abadia e superentendia sobre todos os rendeiros que cultivavam a vinha nessas terras.
Ao longo dos anos, ao exigir padrões mais rigorosos, desvendou o segredo de obter das uvas pretas um vinho branco espumante, completamente transparente, que não mudava rápidamente de cor.
A a badia impunha aos seus rendeiros a entrega de um onze avos da sua produção. Tendo decidido receber este vinho, Dom Perignon mistrurou vinhos de diversas vinhas e diferentes colheitas para obter uma dada "cuvée".
Alguns historiadores do vinho atribuem também a Dom Prignon a melhoria da técnica de engarrafamento ao utilizar rolhas espanholas de alta qualidade.
Apesar de durante décadas, os espumantes serem considerados inferiores a outros vinhos, eles ganharam progressivamente apreciadores na alta-roda parisiense. A primeira empresa a produzir o novo vinho, fundada em 1734 por Jacques Fourneaux, em Reims, pertence hoje em dia à família Taittinger.
Em 1743 o vinhateiro Claude Moët fundou a Casa de Moët em Épernay.
Resumos Relacionados
- Vinho Para Todos Os Gostos No Kurokawa
- Os Segredos Do Vinho
- Benefícios Do Vinho Para A Saúde
- Os Cinco Mitos Sobre O Vinho
- A HistÓria Do Vinho Italo-brasileiro
|
|