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O Julgamento de Deus
(Dr. Adérito Tavares)

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O sacerdote e o acusado entravam a par na igreja e abeiravam-se do altar. Sobre uma fogueira diante deste fervilhava um caldeirão de água, no fundo do qual fora colocada uma pedra. O homem, acusado de roubar um vizinho, negava as acusações e não existiam provas para que pudesse ser declarado inocente ou culpado.
Fora então decidido submetê-lo ao ordálio com água fervente. As regras para estas provações terão sido estabelecidas na Inglaterra, possivelmente já no ano 700, durante o reinado de Ina, rei de Wessex.
As testemunhas que iam participar no julgamento entravam silenciosamente na igreja. Aquelas que acreditavam na inocência do acusado ficavam à esquerda do caldeirão, as de acusação à direita.
Durante os três dias anteriores, o prisioneiro participara na missa e alimentara-se exclusivamente de pão, água, sal e ervas. O seu destino estava nas mãos de Deus. O povo acreditava que a intervenção divina impediria que um inocente fosse injustiçado.
O padre aspergiu as testemunhas com água bente e deu-lhes o crucifixo a beijar. As testemunhas rogaram silinciosamente a Deus para que fosse feita justiça. O acusado, mergulhou então, o braço até ao cotovelo na água fervente e retirou a pedra. Se o crime fosse menos grave, teria mergulhado apenas a mão até ao punho.
Três dias depois, remover-se-ia a ligadura dobraço queimado. Se a ferida estivesse coberta de pus, era considerada impura, sinal de que Deus considerava o homem culpado. Um tribunal especialmente convocado deliberaria então sobre o castigo. Ao contrário, se as queimaduras estivessem a sarar, o acusado seria declarado inocente.
Outra formas de ordálio consistiam em caminhar sobre relhas de ardo aquecidas ou agarrar um ferro em brasa.
O ordálio teve sempre os seus críticos, e em 1215 o papa ordenou aos padres que não participassem em tais julgamentos.
Sem o seu apoio, tal práctica depressa caíu em desuso em toda a Europa.
Apareceu então uma alternativa, o julgamento pelo combate, como forma de resolver disputas de natureza legal, desde discussões acerca de posse de terras até às discussôes de homicídios.
As partes envolvidas numa disputa escolhiam por vezes paladinos para combater por elas. Envergando meias encarnadas para disfarçar eventuais vestígios de sangue, os paladinos profissionais combatiam com espadas ou machados até um deles desistir, o que decidia a questão.
Em muitos casos, porém, os interessados preferiam combater em pessoa. Os cavaleiros lutavam a cavalo, armados de espadas ou lanças, enquanto os plebeus o faziam a pé, com paus guarnecidos de pontas de ferro.
O julgamento por combate caíu no esquecimento até que , em 1817, um inglês chamado Thornton foi acusado de ter assassinado Mary Ashford. Thornton desafiou o seu acusador, irmão da defunta, para um duelo  e os tribunais apoiaram a sua pretensão. Porém , o irmão de Mary Ashford recusou o desafio e Thornton foi ilibado da acusação. Em 1818, o Parlamento Britânico aboliu este tipo de julgamentos, afirmando tratar-se "de uma forma de julgamento imprópria para ser usada". 



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