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Como a Inquisição Espanhola Julgava os Herejes
(Dr. Adérito Tavares)

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Uma fila de homens e mulheres acusados de heresia pela Inquisição Espanhola foi conduzida à câmara de tortura. Um por um , os prisioneiros foram levados para uma cela onde homens de capuzes negros iriam fazê-los abjurar as suas crenças e, dessa forma, salvar-lhes a alma. A Inquisição era dirigida pelo dominicano Tomás de Torquemada, que em 1483 persuadira os soberanos de Espanha, Fernando e Isabel, a deixarem-no "denunciar os hereges".
Porém, os principais alvos da Inquisição eram os judeus e mouros convertidos ao catolicismo que tinham regressado à sua antiga fé.
Embora a Inquisição seja hoje tomada como sinónimo de perseguição e tortura, em muitos casos os réus eram sentenciados apenas a períodos de jejum e oração e ao confisco dos seus bens, como sucedera com as Inquisições que tinham existido no Sul de França e Norte de Itália nos séculos XI e XII.
Em contrapartida, a Inquisição espanhola foi mais brutal que as suas predecessoras. O papa Sisto IV, que a autorizou em 1478, achou os inquisidores tão severos que tentou restringir-lhes os poderes.
No entanto, Fernando e Isabel, que tinham casado pouco antes para unir os respectivos reinos de Aragão e Castela, viam na Inquisição uma poderosa arma com que podiam promover a unidade política e religiosa, e que anulou os esforços papais.
A maior parte das vezes, bastava um relance pelas tenebrosas câmaras de tortura para os prisioneiros se retratarem.Aqueles que o não fizessem eram despidos e colocados diante do instrumento de tortura que lhe estava reservado. Quando tal se revelava ainda insuficiente para levá-los a renegar a sua heresia, chegava então o momento de os torturadores entrarem em acção.
Nos finais do século XV, os tribunais seculares de toda a Europa estavam autorizados a empregar a tortura. Por sua vez, as vítimas mais afortunadas eram detidas para interrogatório em celas de casas particulares.
Um instrumento de tortura muito usado era a polé, em que se atavam dois pesos de ferro aos pés da vítima e se lhe prendiam os braços atrás das costas. Uma corda, passada por uma roldana no tecto puxava lentamente a vítima para cima, com o peso do corpo sustentado pelos braços. Outras torturas incluíam a roda e a prisão da vitíma a aros de ferro no chão, com fogueiras ardendo debaixo dos pés nus.
Segundo o Santo Ofício, os prisioneiros não deveriam ser torturados mais de duas vezes e as sessões de tortura não deveriam exceder os 15 minutos. Todavia, os prisioneiros, alguns acusados de ofensas tão ligeiras como sorrirem ao nome da virgem, podiam ser detidos por períodos indeterminados, pois os inquisidores retomavam muitas vezes os interrogatórios para obterem uma confissão.
Apesar do sofrimento porque passavam, muitos hereges não abjuravam as suas convicções. Eram então entregues às autoridades civis, as únicas que podiam condenar à morte. De cabeça rapada e envergando hábitos decorados com cenas de pessoas ardendo no Inferno - em Portugal, os chamados "sambenitos"-, eram presos a estacas e queimados vivos a fim de purificarem a alma e poderem entrar no céu.
Aqueles que confessassem os seus pecados nos últimos minutos beneficiavam ainda de um acto de clemência: eram garrotados antes da fogueira acesa.



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