Castigos cruéis e aviltantes.
(Dr. Adérito Tavares)
O dono da Cervejaria Queen's Head, em Kingston upon Thames, perto de Londres, estava farto de ser maçado pela mulher. Por isso , em Abril de 1745, apelou à justiça local para que lhe resolvessem as suas desavenças conjugais.
Para consternação da esposa, esta foi culpada de "rezingar" e condenada a ser imersa no rio Tamisa, sob a Ponte de Kingston. Umas 3000 pessoas postaram-se nas margens para assistir à imersão da desgraçada amarrada a uma cadeira suspensa de uma roldana presa a uma trava no meio da ponte.
Nessa época, quase todas as aldeias e cidades de Inglaterra tinham um destes instrumentos sempre prontos a ser usados. Consistia em geral num poste vertical fixo ao solo com uma trave giratória no topo. De uma extremidade desta trave pendia uma cadeira de madeira e á outra estava presa a corda. A vítima era atada á cadeira, que depois era mergulhada na água. O que era considerado um castigo adequado para uma mulher pecadora. As reincidentes eram mergulhadas diversas vezes.
Na Idade Média, uma forma ainda mais crua de lidar com mulheres de língua solta, consistia em aplicar-lhes uma espécie de freio, uma gaiola de ferro em forma de elmo e com uma gola articulada com fecho, que se ajustava à cabeça da condenada. Tinha buracos para os olhos, uma fenda para a boca e uma patilha de ferro que se projectava para dentro, premindo a língua para baixo. Por vezes, esta patilha era guarnecida de pontas que dilaceravam a língua e a boca. Ligada ao freio, uma longa corrente permitia ao carcereiro local guiar a infeliz mulher pelas ruas da povoação. A corrente era presa ao pelourinho ou cruzeiro da aldeia, onde a condenada ficava sujeita à chacota geral.
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