BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Navegando sob o signo da caveira e das tíbias
(Dr. Adérito Tavares)

Publicidade
Na tarde de 26 de Abril de 1721, o navio mercante "Cassandra" entrou lentamente no porto de Saint-Dennis, na ilha francesa de Bourbon (actual Reunião) no oceano Índico. Ancorou ao lado do navio português "Nossa Senhora do Cabo", da carreira das Índias, carregado de preciosidades, enquanto um terceiro navio, o "Victory", se aproximou pelo outro bordo deste último. De repente, os dois recém-chegados arriaram os pendões ingleses e içaram a temida bandeira negra com a caveira e as tíbias brancas. Segundos depois, os canhões dos dois navios piratas lançaram bordadas sobre o indefeso navio português.
Incitados pelo som dos tambores e das trombetas, os piratas insultaram os marinheiros portugueses, brandindo espadas, disparando armas ligeiras e lançando granadas sobre o convés do "Nossa Senhora do Cabo". Armados de sabres de abordagem, lançaram-se sobre o navio português e chacinaram sem piedade a tripulação, cujo número era cerca de metade do seu.
O " Nossa Senhora do Cabo" transportava um valioso carregamento de diamantes, sedas e porcelanas, pertencentes ao Conde da Ericeira, que voltava à pátria depois de ter ocupado o cargo de vice-rei da Índia. Foi o Conde, na sua casaca escarlate, o herói do último reduto no castelo da popa do "Nossa Senhora do Cabo". Empunhando a espada, combateu até a lâmina se quebrar em duas e, mesmo assim, com mais que o punho de ouro incrustado de diamantes, continuou a defender-se dos piratas.
De repente, o comandante dos piratas, o capitão John Taylor, do "Cassandra", navio apresado no ano anterior a mercadores britânicos ao largo de Madagáscar, vociferou uma ordem para que o combate cessasse, e as duas tripulações piratas dividiram entre si o fabuloso espólio.
Graças à extraordinária fortuna de que se apoderaram, a maior parte dos marinheiros, incluíndo o capitão Taylor, abandonaram a pirataria, passando a levar vidas menos perigosas e dentro da lei.
A pirataria atingiu o seu auge no início do século XVIII, quando flibusteiros, como Taylor e o comandante do "Victory" o francês Olivier La Buse, conhecido como o Milhafre, varriam o Índico e o mar das Caraíbas.
As suas tripulações eram formadas em geral por marinheiros cujos navios tinham sido desactivados no final de hostilidades e não se adaptavam à vida em terra. Além disso, os tripulantes de muitos navios de corso, navios particulares autorizados pelos governos a atacar navios inimigos e a partilhar os despojos, viravam-se para a pirataria em tempos de paz.
Na pirataria eram usadas escunas estreitas e rápidas chalupas de um mastro que eram fácilmente manobradas nas enseadas e canais onde se escondiam. Usavam ainda possantes bergantins de velas redondas e cumados de 10 canhões, além de navios de três mastros com tripulações que chegavam aos 200 homens, com 20 ou mais canhões e amplos porões para guardar os despojos.
Os alvos dos piratas eram os navios mercantes carregados e deficientemente armados, rendendo-se em muitos casos ao avistar a temida bandeira sem que fosse disparado um único tiro. Outras vezes, o comandante dos piratas mandava disparar um tiro de intimidação para diante da proa do navio mercante, para o levar a render-se.
Quando pretendiam evitar combates prolongados, os atacantes aproximavam-se em pequenos barcos costeiros e lançavam cabos com ganchos à popa da presa, por onde subiam para dominar a tripulação.
Os grandes navios de alto mar exigiam uma táctica diferente. Os navios piratas acercavam-se até ao gurupés, cheio de homens armados e avançavam sobre a popa da vítima. Lançavam bombas de fumo, feitas com trapos embebidos em alcatrão e enxofre, para o navio abordado antes de o atacarem com sabres e pistolas.
A pirataria foi acabando a pouco e pouco devido aos navios mercantes maiores e mais bem armados e ao patrulhamento regular das costas e mares do Globo.
Foi também condenada pelos Governos como crime grave à escala internacional.



Resumos Relacionados


- Um Navio Chamado Brasil

- Classificação De Navios Graneleiros

- HistÓria Pirata

- O Que é Um Pirata?

- Queen Mary 2, O Maior Transatlântico Do Mundo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia