História das superstições
(Jean-Claude Schmitt)
Entre todas as grandes religiões, o cristianismo do ocidente medieval teve a caracteristica própria de estar estreitamente ligado à existência de uma igreja, de um clero, de um dogma. Estes factos essenciais distinguem-se especialmente das outras religiões que o precedem, acompanharam ou seguiram no tempo: as religiões greco-romanas da antiguidade, o judaísmo e o islamismo, os protestantes saídos da reforma.
A existência de uma instituição ecleiastica, o estabelecimento por escrito, desde o início do século III e religiosa de duas categorias de cristãos - os cléricos e os laicos - conferiram à cristandade, em particular na idade média, limites bem definidos dos quais ela tinha de resto, uma forte consciência: limites externos que opõem os cristãos aos pagãos, aos judeus, aos muçulmanos; limites internos que distinguem os bons e os maus cristãos, os heréticos e os cismáticos e mais genericamente os pecadores.
A palavra superstição continua a pertencer à nossa linguagem: ainda hoje são considerados supersticiosos aqueles que parecem estabelecer uma relacção de causalidade entre um acto ou um facto julgados significativos - treze convivas à mesa, o saleiro que se entorna, um espelho que se quebra, um acontecimento situado geralmente no futuro, que se espera ou se receia e deseja afastar, etc.
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