A terra deveria ser propriedade privada ou propriedade pública?
(G. Edward Griffin)
A questão de um ser humano poder realmente se apropriar de uma parte de nosso planeta é muito filosófica. No mundo real, no entanto, precisamos lidar com o instinto territorial. A maioria dos mamíferos, incluindo o Homem, tem um desejo inato de possuir um acesso exclusivo a localizações físicas, especialmente se são úteis para comida e abrigo, pois isso é essencial à sobrevivência.
Seres humanos têm um senso de justiça interno que nos faz sentir “direito” ter acesso exclusivo a uma porção de terra que somos os primeiros a reivindicar (e defender com êxito perante outros reivindicantes) ou se trocamos essa terra por algo de valor equivalente, ou se a recebemos como presente de outra pessoa que tenha cumprido um dos dois requisitos anteriores.
Através da história, todas as culturas que experimentaram uma economia florescente e um alto nível de liberdade pessoal honraram esse instinto territorial como uma força positiva.
É verdade que esse instinto algumas vezes leva ao roubo e, quando aplicado a grupos políticos, pode se tornar pretexto para guerras de agressão para aquisição de território. Mas negar a propriedade privada não resolve o problema: o instinto continuará a existir, os ladrões continuarão a roubar e os exércitos continuarão a invadir território alheio para conseguir mais da chamada “propriedade pública” para seus governos administrarem.
Se a terra tivesse que ser considerada propriedade pública, logo nos veríamos às voltas com o problema de quem iria administa-las e quais as regras a seguir. Uma vez a porta aberta, esse caminho nos leva diretamente à corrupção política e ao coletivismo.
A propriedade pública contraria um princípio básico do credo da liberdade que é “A função apropriada para o Estado é proteger as vidas, a liberdade e a propriedade dos cidadãos, e nada mais do que isso”. Somente se pode aceitar propriedade do Estado nas poucas exceções em que ela se faz essencial para que o estado cumpra suas funções acima enunciadas, como no caso de bases militares ou prédios administrativos.
A terra é uma das importantes e essenciais formas de propriedade e constitui fundamento da independência e da liberdade.
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