Venham e Comprem
(Dr. Adérito Tavares)
Assobios e gritos animados quebravam o silêncio da manhã enquanto os comerciantes montavam as suas bancas e os carregadores, os varredores e carroceiros passavam, apressados, para cima e para baixo nas ruas estreitas.
Por toda a Europa Medieval, os mercados organizavam-se de forma semelhante. Na sua maior parte eram ao ar livre, com bancas alinhadas ao longo das ruas; mas havia também cobertos e muitas vezes situados na margem de um rio, de forma que as mercadorias pudessem ser entregues por barco.
Havia zonas de venda diferenciadas para as diversas mercadorias, situando-se muitas vezes os vendedores de curtumes e de peixe numa extremidade, para que os cheiros fortes das suas bancas não incomodassem.
Também se desenvolveram mercados especializados, como o de fios em Amiens, no Norte de França.
Os mercados funcionavam em geral uma ou duas vezes por semana, sendo regidos por regras restritas estabelecidas pelo conselho municipal e pelas guildas, associações formadas por mercadores do mesmo ramo. Os detentores de banca alugavam-nas e precisavam de licença para vender as suas mercadorias. Em Paris, por exemplo, os comerciantes de milho só podiam vender sem licença a 48 km de distância das muralhas da cidade.
A maior parte dos produtos chegava às cidades mais pequenas de carroça ou às costas dos comerciantes. Isto implicava uma viagem dura, especialmente com o calor e a poeira do Verão; em Inglaterra, o tribunal que zelava pelo cumprimento dos regulamentos dos mercados era conhecido por “Tribunal dos Pés Empoeirados”.
O transporte das mercadorias até às grandes cidades como Paris, implicava maior organização. As ostras e o peixe de Dieppe, o queijo de Meaux e as leguminosas da Normandia subiam o Sena até ao cais da cidade.
Por volta do século XV, a importância dos mercados começou a declinar, quando no comércio alimentar, os revendedores, se tornaram autónomos, agindo como intermediários no transporte de mercadorias do campo para a cidade e do produtor para o retalhista.
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