Comprando uma parte do negócio
(Dr. Adérito Tavares)
Sebastião Cabot estava convencido de que havia uma passagem por mar a nordeste, ao longo das costas setentrionais da Europa e Ásia.
Este navegador italiano deslocou-se a Londres a fim de procurar financiamento para as suas explorações, mas em 1553, mesmo ali isso parecia impossível.
A sua convicção nessa rota era tão grande, que lançou uma subscrição pública para angariação de fundos para custear uma expedição. Para seu espanto, 240 pessoas compraram “participações” de 25 libras cada no empreendimento.
Esta foi a primeira emissão mundial de acções que garantiu 6000 libras, utilizadas para aparelhar três navios. Só um deles, o “Edward Bonaventure”, chegou à Rússia, fundeando perto de Arcangel, na costa do mar Branco. O comandante deste navio, Richard Chancellor, continuou por terra até Moscovo, para se encontrar com Ivã, o Terrível, com uma carta de Eduardo VI que sublinhava os benefícios mútuos decorrentes de eventuais trocas comercias.
De regresso a Londres, Chanceller trazia autorização escrita pelo Czar para futuros contactos.
Daqui resultou a Companhia de Moscóvia ou da Rússia, criada em 1555 sob a chefia de Sebastião Cabot. Os subscritores desta primeira sociedade por acções partilhavam lucros obtidos como retorno do seu investimento, e uma vez que a Companhia tinha o monopólio do novo intercâmbio comercial anglo-russo em panos, madeira, pez e cânhamo, os sócios não tinham razão de queixa.
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