Resumo de Navios, seguros, bebidas e velas

O burburinho das conversas transformou-se em silêncio e os frequentadores do café de Edward Lloyd acomodaram-se nos seus altos bancos de madeira.
Mercadores e donos de navios, sentados às mesas, pousaram as suas chávenas, entre listas de leilão e inventários de carga. Uns poucos agentes de seguros ergueram o olhar. Todos escutaram com atenção quando um jovem empregado do café subiu a uma plataforma elevada e começou a anunciar as últimas notícias oriundas dos portos.

Uma participação na carga de um navio mercante de regresso da Índia significava riqueza, desde que as valiosas mercadorias, especiarias, sedas, marfins ou jóias, chegassem em segurança. Isso dependia do tempo, do navio, da perícia da tripulação e da sorte.
Os navios ingleses, franceses e holandeses rivalizavam entre si pelo domínio do comércio, e os piratas eram uma ameaça. Os comerciantes, desejosos de se protegerem da ruína, faziam seguros. A troco de um pagamento, ou prémio, os agentes de seguros no café do Lloyd comprometiam-se a reembolsar perdas pesadas. O negócio dos seguros dependia do pagamento aos segurados pelas perdas sofridas ser inferior à soma recolhida através dos prémios.
Más notícias anunciadas da plataforma implicavam uma imediata subida do valor dos prémios.
Edward Lloyd abrira o seu primeiro café em Tower Street, perto das docas de Londres, em 1680. Em 1692, mudou-se para Lombard Street, no coração da zona dos bancos, e quando morreu, os genros tomaram conta do café. O café do Lloyd era o local de encontro predilecto de mercadores, banqueiros, marinheiros e seguradores, que aí se encontravam para fazer negócio em ambiente informal.
Em 1734, os criados já não subiam à plataforma do café do Lloyd para anunciar as notícias sobre os navios, mas por 3 xelins por trimestre, podia adquirir-se a assinatura da “Lista de Lloyd”, boletim informativo publicado às terças e sextas-feiras. Este boletim continha grande quantidade de informação incluíndo pormenores dos movimentos dos navios e do preço do ouro e até da força e direcção do vento em Deal, na costa de Kent, nos 3 dias anteriores, uma indicação útil sobre o tempo que os navios demorariam a percorrer a distância do Canal e o porto de Londres.
De café, a casa de Lloyd, transformou-se numa instituição que se manteve como centro de seguros especialmente marítimos , durante mais de 200 anos. Os seus funcionários continuaram a ser conhecidos por “criados”.

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