Corpos DE BORRACHA E ELEIÇÕES EM 2010 - SAÚDE!
(MARISE JALOWITZKI)
Hoje, foram divulgados resultados de pesquisas envolvendo todo o território nacional. O que mais preocupa o povo brasileiro? Em todas as regiões, o primeiro lugar nas preocupações foi para... A SAÚDE, o atendimento, os prazos, as condições.
Hoje, também, recebi com MUITA ALEGRIA uma notícia que desejava desde sempre! Trinta e dois países já estão adotando simuladores nos treinamentos dos estudantes de medicina!!!
O que são simuladores?
Simuladores são órgãos internos e externos, além de corpos inteiros, confecionados em borracha, com tamanho, cor, textura e resistência semelhantes ao corpo de um paciente, um ser humano vivo. Assim, torna-se possível simular todos os tipos de doenças para que os residentes possam desenvolver suas habilidades em identificação e simulação de cirurgias.
Sabem o que isso significa?
- Significa deixar de usar os corpos dos indigentes, dos não procurados, dos não identificados e ampliar em larga escala o expertise dos profissionais da saúde, que poderão testar e treinar sem reservas, até alcançar o grau de excelência necessário e desejado.
- Significa diminuir o tempo de estudos que, por falta de corpos, disponíveis para as aulas práticas, demandavam anos para que um profissional da saúde, sério, se sentisse verdadeiramente competente.
- Significa, senão acabar, diminuir com os roubos de corpos, sejam em hospitais e necrotérios, até mesmo em cemitérios, notícias que, de tempos em tempos, escandalizam e, depois, são abafadas. "Professora-doutora acusada de desviar corpos foi flagrada com mais um corpo em seu porta-malas", "somem três corpos do IML" e algumas barbaridades que já se ouviram por aí.
- Significa, também, manter a coerência de uma cultura de respeito e, para muitos, até mesmo de preservação do corpo humano, mesmo após a sua morte.
As "brincadeiras" nas aulas de Anatomia
Com a adoção dos simuladores, também as brincadeiras acabarão ficando mais inofensivas, ainda que permaneçam em igual patamar às que agora são praticadas.
"- Essas brincadeiras servem para diminuir o stress e o pânico gerado em alguns estudantes de medicina, para que tratem cada parte do corpo com naturalidade, com isenção, sem tabus." - afirmam os professores-doutores.
Mesmo assim, há situações que chocam, não só o público leigo que ouve determinada narrativa, como o próprio profissional-estudante, que possa ter seus valores arraigados no respeito e, por que não dizer, na compaixão.
Lembro de uma narrativa ocorrida em um trabalho de Desenvolvimento Pessoal e de Equipes que coordenei em uma das muitas cidades do interior do RS-Brasil. A médica participante, formada e atuando há 15 anos, comentou de um trauma que trazia desde os tempos das aulas de anatomia.
"- No primeiro dia de aula prática" - narrou ela - "quando fui vestir meu jaleco" - (uniforme branco) - "coloquei a mão no bolso e senti algo gelado, semelhante a um pedaço de mangueira. Dei um grito, assustada, e acabei atirando longe o que trazia no bolso. Quando a coisa caiu no chão, fiquei ainda mais indignada: era um pênis! Todos riram. Acharam a maior graça do meu susto. Eu achei de um desrespeito sem tamanho ao morto, ao ser que um dia ocupara aquele corpo."
Pelo menos naquele dia, ninguém riu ao ouvir o relato, ainda ressentido, da médica de todo o grupo.
"- Não precisava ser assim!" - concluiu ela. - "Para mim, se era para descontrair, revoltou!"
É isso aí.
Imagens na internet
Após ter conhecimento dessa maravilhosa notícia, procurei imagens para ilustrar este artigo, como costumo fazer. Queria uma foto-imagem de Marcos Lyra o pesquisador da UFPE e de Selice Ribeiro Leite, a artista plástica responsável pelo trabalho paciente e delicado das reproduções dos órgãos do corpo humano e suas minúsculas estruturas, como os vasos sanguíneos. Não achei. Nessa nossa cultura social, que enaltece crimes, desvios e falcatruas, os verdadeiros arautos das boas novas permanecem incógnitas.
Pernambuco, sim, é Brasil!
E onde foram desenvolvidas as pesquisas? Em PERNAMBUCO, BRASIL, há dez anos!!! "Há dez anos um pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco criou os primeiros simuladores para o treinamento dos estudantes nas cirurgias endoscópicas, consideradas menos invasivas." Os simuladores são tão perfeitos, com reações tão semelhantes às do organismo, que podem até sangrar durante os treinamentos. Os simuladores podem substituir as aulas práticas de hoje, que acontecem nos hospitais universitários, com os pacientes do SUS.
Agora, a nossa realidade
Vejam, um resultado assim promissor, já aceito e utilizado em mais de 30 (trinta!!!) países, no Brasil, onde a pesquisa foi desenvolvida, apenas 3 (três!!!) por cento dos simuladores produzidos são utilizados por e para brasileiros! Noventa e sete por cento dos simuladores produzidos vão para o exterior! Nas universidades brasileiras eles ainda são raros. Além da universidade de Pernambuco, apenas outras cinco instituições, todas em São Paulo, têm simuladores.O argumento é de que "falta dinheiro para comprar os equipamentos. Um laboratório completo, custa 250 mil reais."
Pois é. Falta dinheiro. Para emprestar ao FMI, não. Para desvios, não falta dinheiro. Para aumentar a produção de petróleo, não faltam verbas para investimento. Para dar 25 anos de isenção de impostos para que a indústria automobilística venha produzir aqui os carros que no primeiro mundo já não são desejados, para isso, há incentivo. E, o mesmo povo que vota, também é o povo que padece.
Será que é o momento de solicitar a inclusão de mais esse projeto aos candidatos às eleições deste ano? E, em havendo a promessa, podemos confiar no cumprimento?
Em minha pequena parcela, quero divulgar, promover e solicitar divulgação a todos os amigos. Boas práticas precisam ser enaltecidas! Vamos celebrar e apostar! SAÚDE!
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